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A cor do estrelismo é púrpura?

24/04/2009

A intrigante nota que o diretor de programação da Flip, Flavio Moura, publicou há poucos dias em seu blog sob o título “Proposta indecente” fala de um autor americano que fez exigências descabidas para vir à Flip – passagens de primeira classe para ele e seu assessor e 65 mil dólares de cachê. Discreto, Moura não dá o nome, mas adianta que o principal livro da figura ganhou um prêmio relevante há cerca de vinte anos, “teve papel importante na luta pelos direitos civis e alguma visibilidade recente por conta da eleição de Obama”. Foi o bastante para despertar o Dupin que dormita em meu cérebro habitualmente confuso. Juntando as pistas – e transformando aquele “autor” em genérico de “autor(a)” – tudo aponta para Alice Walker, de “A cor púrpura”, romance que foi adaptado para o cinema por Steven Spielberg e levou o Pulitzer de 1983.

17 Comentários

  • Rafael 24/04/2009em16:44

    Não vejo nada demais, num encontro de celebridades, alguém exigir ser tratado como celebridade…

  • Jonas 24/04/2009em17:02

    Toni Morrison não? O Beloved ganhou o Pulitzer em 1988.

  • Arini 24/04/2009em17:02

    Quem essa tal de Alice Walker pensa que é? Ernest Hemingway?
    Se não fosse pelo Spielberg, ninguém saberia quem é esta pobre criatura…

  • Fernando Torres 24/04/2009em17:02

    Sérgio,
    1. É só aguardar a reedição desta obra em breve, se não, meu caro detetive, junte novas pistas;
    2. Para falar em Paraty eu iria no meu próprio carro e nem pediria restituição da Gasolina, mas antes eu preciso publicar um livro e ser respeitado;
    3. Bom ver que alguem está ganhando dinheiro com literatura, afinal US$65mil é bastante dinheiro, imagino que até para os padrões norte americanos e europeus.

  • Paco 24/04/2009em17:31

    Se roqueiros, às vezes, drogadões, infernalmente barulhentos, cobram o que cobram, além de fazerem inúmeras exigências das mais estapafúrdias para virem se apresentar nestes tristes trópicos, por que não um(a) escritor(a)? Se ele(a) não vale o preço pedido, ou se não podemos pagar, nada feito, passe bem.

  • alex castro 24/04/2009em17:42

    Sérgio,

    não vejo nenhum problema em qualquer um, escritor ou não, exigir o que quiser para participar ou comparecer a qualquer evento. Cada pessoa sabe o seu valor. A direção do evento que decida se a pessoa vale a pena ou não. Se achar que vale, paga. Se não, não paga.

    Não entendi bem qual foi o problema. Eu tb acho que um BMW não vale 100 mil dolares, mas nao quer dizer q eu ache o preco descabido. Eu só não pago, e pronto.

    Alex

  • Sérgio Rodrigues 24/04/2009em18:02

    Fernando: ela vai ter seu livro relançado sim. Alice Walker é a cara, meu caro, Dupin está certo.

    Jonas: Toni Morrison já veio.

    Alex: cada um pede o que quer, concordo. Chamar de descabido é o mesmo que recusar. É descabido no sentido literal de que não cabe nas medidas do evento, e também na medida em que Toni Morrison – a Alice Walker que deu certo – não exigiu nada parecido para vir. Mas não se trata de crucificar ninguém.

  • Mr. WRITER 24/04/2009em18:58

    Há fortes sintomas de umbiguismos pairando sobre a cabeça da “garota”…

  • isaac 24/04/2009em20:54

    rapaz, 120 mil reais para falar duas horas e ainda trazer o assessor…

  • Cláudio Soares 24/04/2009em21:06

    Sérgio, compartilho um “causo”: há meses, trabalho para trazer ao Brasil a maior autoridade na obra de um grande autor russo-americano que, vivo, completaria 110 anos ontem [nem precisaremos de Monsieur Dupin para desvendar o mistério, não é?].

    Uma das fantásticas resposta que recebi nesse processo [veio da organização de um dos evento literários que acontecerão em 2009] me veio na forma de uma inusitada pergunta: “ele já lançou algum livro no Brasil?”

    Bem, a resposta é não, não lançou, mas e daí?

    Bom, resumo da ópera: a moeda tem sempre dois lados.

    Porém, para nossa alegria, é quase certo que ele venha ao Brasil sim, este ano ainda, e deverá participar de um congresso na UFRJ em setembro [o convite já está aceito].

    E saibam que, apesar de não cobrar US$ 65K, tenho certeza de que ele terá muito a compartilhar com todos nós e, mais, virá também pelo prazer de conhecer de perto as belezas e o povo de um país que lhe chegou pela voz de Caetano Veloso [de quem ele é fã declarado] e também por Santos Dumont, de quem aquele certo escritor, o que aniversariou ontem, também era discreto admirador.

  • Lya Tapajós 25/04/2009em10:07

    Eu, hein, Alice? Que coisa mais antipática!

  • Laís D'Andréa 25/04/2009em12:19

    Acho descabido, sim; acho absurdo, sim. E concordo: é antipático. Não compartilho da ideia de que as pessoas, porque se julgam “importantes”, e porque outros dão importância a elas, podem exigir o que bem entendem. Ô geração de gente mimada e imbecil!

  • Leandro Oliveira 25/04/2009em14:36

    Quem? Ah tá, lembrei. Mas tá viva ainda?

  • Mariana 25/04/2009em16:32

    E daí?
    Chegou a hora de um(a) autor(a) ser Star! Pop Star?! Com ou sem gloss? Meias de seda? Champagne… O luar de Paraty… Livros? Literatura? Papo-Cabeça?… Ah!… é…

  • Mr. WRITER 27/04/2009em10:47

    Vale ressaltar que muitos iriam de graça, ou até pagariam para ir… Só pelo prazer de conhecer Parati (Paraty)…

  • Inútil 27/04/2009em11:27

    Tem que cobrar mesmo. Se não quiserem, não pagam. Simples assi m. O resto é história de quem acha que literatura é missão e não trabalho.

  • Eric Novello 27/04/2009em11:43

    Vai ver está precisando arrecadar algum para a lipo 🙂 Abs!