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A incrível lenda do violino funerário

05/10/2006

O último burburinho nos meios literários anglófonos é o conto-do-vigário em que caíram duas editoras de respeito – a Duckworth na Inglaterra e a Overlook nos Estados Unidos – ao comprar como uma legítima obra de não-ficção um livro chamado An incomplete history of the art of the funerary violin (Uma história incompleta da arte do violino funerário), do inglês Rohan Kriwaczek. O livro conta em detalhes, com fotos, partituras e fac-símiles de documentos, a história de um gênero musical menor, o do violino funerário, que teria sofrido perseguição da Igreja Católica no século XIX até ser virtualmente extinto, sobrevivendo apenas como culto secreto numa organização chamada Sociedade dos Violinistas Funerários.

O livro vai ser publicado este mês, embora tenha sido denunciado por historiadores e músicos como uma completa invenção, segundo reportagem do “New York Times” (aqui, em inglês, mediante cadastro gratuito). “Verdadeiro ou falso, é o trabalho de alguma espécie de gênio louco. Se é uma fraude, é uma fraude brilhante, brilhante”, defende-se Peter Mayer, editor da Overlook. O autor não quis falar.

16 Comentários

  • Zelig 05/10/2006em00:45

    Eu já toquei um.

  • BCK 05/10/2006em07:59

    Meio Borges, isso, né?

  • vinicius 05/10/2006em11:00

    É só mudar a prateleira, não?

  • Paulo 05/10/2006em11:27

    Já adicionei à wishlist. Mas na Amazon diz que o livro só será publicado em janeiro de 2007.

  • Jonas 05/10/2006em11:46

    Só não entendo por que desperdiçar um bom livro de ficção (se é tão brilhante quanto diz o editor) afirmando ser de não-ficção (onde ele se torna picareta). Assume e pronto. A não ser que o burburinho seja a intenção do autor, vai saber.

  • Besouro Suco 05/10/2006em12:15

    Qual é o problema nisso tudo? Tem gente que acha o lixo que Dan Brown escreveu em “Código DaVinci” verídico… e pior ainda, acha bom…
    Acredito que a história ai do violino é bem melhor do que “código”… e o autor, espertalhão ou não, deve de longe escrever melhor q o senhor Dan…

  • abstrato 05/10/2006em13:00

    well, se ainda nao foi comprovada a veracidade da suposta fraude, nao tenho comentario algum a fazer…

    so resta esperar…de resto eh uma palavra contra a outra….

  • Laila 05/10/2006em14:21

    Sendo apresentado como legítimo e depois descoberto que é uma ficção, imagina só o que não deu de Ibope para o livro e autor??? Provavelmente era esta a intenção.

  • Clarice 05/10/2006em14:51

    Os ingleses adoram isto. Lembram da tradução dos Poemas de Ossian feita por James MacPherson?
    Para quem não “lembra”:
    http://solomonspalding.com/SRP/Ossian/MacPhr00.htm

  • Vinícius Trindade 05/10/2006em16:21

    Vivemos a época de ouro do caoísmo, ainda não perceberam? Pra quem não conhece a palavra, “caô” é mentira, papo, historinha.

  • Clarice 05/10/2006em17:04

    Vinicius,
    Adorei o teu texto sobre Kafka. Lembrar do humor que a palavra “kafikiano” fez esquecer é sempre bom.
    Realmente “O Castelo” que você descreveu é como eu o leio.
    Aliás, outra releitura. rsrs
    Não conheço W. G. Sebald. Agor vou acrescentar à lista o “Vertigo”.
    Deve ser fascinante pelo que você descreveu, me deu urgência de ler.

  • Clarice 05/10/2006em17:22

    Tem o “F for Fake”…

  • vinicius jatobá 05/10/2006em22:12

    Poxa, Clarice, que maravilha ter gostado tanto assim do meu blog.

  • Saint-Clair Stockler 05/10/2006em23:46

    Me lembra Borges, que escrevia ensaios sobre livros (pessoas, seitas, filosofias) que não existiam. Brilhante. Eu compraria.

  • Clarice 06/10/2006em07:09

    Vinicius,
    Gostei mesmo. Ainda não li tudo.

  • Leticia Braun 06/10/2006em10:57

    Estou com muitos por aqui. “Enganar” a editora é o de menos. Vai que essa história toda foi premeditada. E, no final das contas, o povo não está sem aí se a história é falsa ou verdadeira.