Joe Gores é um autor americano de literatura policial que teve um livro muito interessante lançado no Brasil, pela Graal, em 1986: “Hammett”, um romance do gênero hard boiled, tão rigoroso quanto divertido, em que o detetive é ninguém menos que Dashiell – que foi mesmo detetive (medíocre) antes de virar escritor (brilhante) e mudar para sempre o jeito de escrever sobre crimes. E não é que o cara continua preso em sua obsessão?
Acabo de descobrir numa retrospectiva do ano da “New Yorker” que Gores lançou em 2009, com alguma discrição, um romance chamado “Spade & Archer”, que vem a ser uma prequel – a história anterior – de “O falcão maltês”.
Sim, eu sei: os mais descolados entre vocês vão dizer que ninguém agüenta mais esse papo de intertextualidade – será que depois do pós-modernismo não vem nada, não? Compreendo o enfado, mas lembro um detalhe, ou melhor, dois: Gores é um escritor de verdade; o livro não tem zumbis.
19 Comentários
Tweets that mention A volta de Sam Spade | Todoprosa -- Topsy.com
A intertextualidade é um saco — mesmo! — e eu não sou descolado (adjetivo, aliás, que só é empregado entre os descolados).
Também acho um saco zumbis, bruxinhos e charadas baseadas em invencionices sobre a Idade Média.
Rafael, você é um chato.
Falcão??? hum… estamos chegando lá…
Quanto a intertextualidade, “Amo”, pois as “conexões” nos conectam com a realidade da coisa… E ao compararmos poderemos nos descolar dos enganos e aí, quem sabe, descola-se uma lucidez … e tudo fica bem menos descolorido…
Ah! Quanto ao falcão, é “bom-Tez( sem máscara), e quanto a ilha… bem, não posso dizer agora. Mas existe.
Hammett, o romance, foi filmado por Wim Wenders, numa conturbada produção do Coppola. Os dois quebraram o pau e nunca mais se falaram depois disso, mas o filme é, digamos, um fracasso interessante.
Bem lembrado, Daniel. Eu me lembro de ter gostado do filme também, mas o livro, como costuma acontecer, é bem melhor.
Rindo alto aqui, Sérgio…. Talves sinta falta dos zumbis…
Ou talvez, quem sabe… 🙂
Fui o u’nico que nao captei a questao dos zumbis?
Sobre o Twitter:
Quando dei de cara com os cactos, meus pensamentos deram uma volta de trezentos e sessenta graus.
Não precisa responder. Estou pensando alto.
“Ele é o espinheiro ou está entre espinheiros?”
“Cactos conservam água por muito tempo.”
“Ao ser tocado, espeta.”
“Cactos… espinho… espinheiro…”
“Qual será a deste escritor?”
“E o quê que eu tenho com isso?”
“clico no x”. “Saio.”
“Volto”. “Ai… estes cactos…”
“Clico no x”. “Saio”
“E o quê que eu tenho com isso?”
“Qual será deste escritor?”
“Cactos…espinho…espinheiro…
“Ao ser tocado espeta”
“Cactos conservam água por muito tempo”.
“Ele é o espinheiro ou está entre espinheiros?”
Não precisa responder, estou pensando alto.
360 graus.
É bem chocante entrar no twitter deste escritor.
Estamos acostumados com a nuvem… e de repente…
Ui! kkkkk
Os cactos verdes estão lindos.
Rosa tem espinho. Será que espinho tem rosa?
Quando eu era criança mamãe tinha um cacto espinhento, que deu uma linda flor. Que coisa… a flor era “aveludada”. Pode?
“Gores é um escritor de verdade; o livro não tem zumbis” Touché.
E zumbis são divertidos.
Até mesmo pra lá de Galiléia.
Uau…ou as tiradas sarcásticas do blogueiro dão-se num nível que me passa despercebido, ou não é de seu costume, mas essa eu peguei.
Aguardo “sequel”, pelo menos que dê um filme que preste.