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Afro-americano

01/11/2008

Barack Obama está perto de se tornar o primeiro presidente negro da história dos EUA. Ou o primeiro presidente afro-americano, dependendo do gosto do freguês – e o número de fregueses desse eufemismo, inclusive no Brasil, não parou de crescer sob a influência da onda politicamente correta emanada das universidades americanas nos anos 70 e 80 do século passado. A mesma onda que, em seus extremos de pedantismo, transformou mendigos em “moradores em situação de rua” no discurso de muita gente séria.

Não se trata de erro. Aqui e ali se esbarra no argumento de que o termo afro-americano padece de imprecisão por sugerir que todo africano é negro. O literalismo dessa crítica, porém, lembra o de quem considera “errado” chamar os nascidos nos EUA de americanos, uma vez que brasileiros e canadenses, por exemplo, também o são. Como se as palavras não pudessem ter mais de um sentido.

A questão é política antes de ser lingüística. Afro-americano é um termo surgido nos EUA em meados do século 19 e resgatado há poucas décadas pelos primeiros ideólogos do PC (o politicamente correto, não o Partido Comunista) como sinônimo de black – o que no país de Martin Luther King, com sua história de segregação, significa qualquer pessoa que tenha um único ancestral de pele negra. Basta “uma gota de sangue”.

O curioso é que, embora seu favoritismo deva muito à luta contra o preconceito racial que o PC travou, Obama nunca se apresentou como candidato dos negros. Com um pai queniano e uma mãe branca do Kansas, o título de afro-americano lhe cai melhor do que na maioria, mas ele prefere se apresentar – de forma mais próxima da cultura brasileira – como produto de um hibridismo cultural. Enquanto isso, no Brasil, com o atraso de sempre, a influência americana provoca o surgimento de formas desajeitadas como “afro-maranhense”.

18 Comentários

  • DIMAS COSTA PINTO 01/11/2008em11:01

    Ha tremendo racismo em NEGRO.AFRO-AMERICANO e vago,mas MELHOR.A maioria dos AFRO-AMERICANOS-BRASILEIROS,etc,sao MESTIÇOS. Carregaram o bom-mal de cada raça.Taxa-los de NEGRO,INDIO,etc,traduz racismo,ignorancia,pensar errado,fazendo juizo irreal do fato.

  • Fernando Torres 01/11/2008em11:01

    E aqui esquecemos que Machado de Assis e Mário de Andrade eram negros. Ou Afro-brasileiros, ou um afro-carioca e o outro afro-paulistano-desvairado.

    Não quero ser hipócrita, mas acredito que a intelectualidade os deixam mais brancos, e o fazem com objetivo de, supostamente, europeízá-los e valorizá-los.

    E assim, vamos perdendo nossa identidase.

  • douglas 01/11/2008em11:12

    Para mim ele é um ser nascido no planeta terra.

  • Zimmermann 01/11/2008em11:37

    Pura paranóia.

  • sabemos que o politico professor e um grade doutor em medicina eneas carneiro tambem er um cidadoa de cor 01/11/2008em14:56

    um grande cidadao brasileiro

  • sabemos que o politico professor e um grade doutor em medicina eneas carneiro tambem er um cidadoa de cor 01/11/2008em14:56

    um grande cidadao brasileiro

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  • sabemos que o politico professor e um grade doutor em medicina eneas carneiro tambem er um cidadoa de cor 01/11/2008em14:56

    um grande cidadao brasileiro

  • Tibor Moricz 01/11/2008em17:18

    Pra mim, negro é negro. Branco é branco. Se tiver que chamar alguém de negro safado, o chamarei. E aceitarei ser chamado de branco safado, se o insulto me cair bem (cor da pele não é insulto, é fato)..

  • Conrado 01/11/2008em20:45

    Eu acho que o termo afro-americano esconde por trás de si um racismo sigiloso.Afinal, se quiséssemos realmente caracterizar a cor de pele das pessoas pela sua origem continental o certo não seria branco mas sim euro-americano.Assim, branco é branco e negro é negro.Isso,como já disseram aqui, é um fato.O verdadeiro preconceito está nas pessoas que ao ouvirem o termo negro acham que quem o fala está desqualificando o outro, por inconscientemente acreditar que o negro é inferior.Chamem-me de branco,chamem-me de negro ou até de mulato, isso não passa de um adjetico para deescrever a m,inha cor da pele.E nada mais.Obrigado a quem leu o que eu tinha a dizer.

  • Paulo F. 03/11/2008em10:34

    Orwell inventou o conceito em “1984”. Que por sinal é tão moderno em 2008. O PC é uma praga que se alastra e infiltra-se na comunicação atual.

  • Caio Marinho. 03/11/2008em23:11

    Pobres negros do Maranhão: “afro-maranhenses” é muito feio.

  • Hefestus 04/11/2008em12:19

    Sempre acho engraçado quem vê racismo em “negro”. A mim, que não sou lingüista nem professor de português, me parece claro que no português coloquial brasileiro a palavra “negro” já era uma forma mais solene de amenizar o impacto do adjetivo “preto”, este sim carregado de séculos de uso pejorativo. Mas agora parece que nem um nem outro servem.
    Bobagem. Chega de politicamente correto, por um tempo. Já deu. As palavras são preciosas, mas esse tabu fetichista de cercá-las de medo é idiota.
    É mais ofensivo categorizar alguém como “pessoa em situação de rua”, “portador de vírus” (como se vírus pudesse ser “portado” e deixado em qualquer lugar), “pessoa em sobrepeso”, “afrodescendente”, “orientado para a homoafetividade” e toda essa tralha que junta o eufemismo americano com o pior da complicação bacharelesca tão cara ao Brasil desde sempre.

  • Tassiany 19/11/2008em20:21

    pra essas pessoas q falam mal dos negros sao apenas pessoas q tem inveja!pois o negro é raça da vitório e isso ninguem pode nega!!!

  • Mário 28/05/2009em20:18

    isto é mesmo cómico embora trágico. o tal termo afro-americano carrega uma hipocrisia extrema. então os aficanos são todos negros? e os berberes são o quê? vamos ter os zulus a chamarem-se afro-africanos? africano é quem nasceu em áfrica. seja rosa seja negro seja azul às bolinhas vermelhas.
    é que este pc leva a um racismo completo. então um negro nascido em Portugal não será europeu? e de africano o que tem? antepassados em áfrica? isso temos todos!