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E a Copa, hein?

03/12/2007

A primeira edição da Copa de Literatura Brasileira terminou hoje com a vitória de “Música perdida”, de Assis Brasil, sobre “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves, por 9 x 5 – placar de futebol de areia. É que, pelas regras da final, todos os jurados das rodadas anteriores têm direito a voto. Confiram lá.

Entre os muitos temas de discussão que a brincadeira deixa no ar, um dos mais interessantes é esta (aparente) contradição: a vitória de um romance clássico, para muita gente até conservador (não o li), numa competição off-off organizada por jovens blogueiros.

Será que daqui a pouco surgirão teorias sobre os romances “copeiros”, aqueles que por terem uma personalidade menos agressiva, menos crivada de arestas, acabam se dando bem numa competição mata-mata?

Quaisquer que sejam as conversas que a Copa já inspirou e ainda vai inspirar, das mais relevantes às mais tolinhas, não tenho dúvida de que estamos diante de uma das melhores notícias surgidas ultimamente no front sonolento do debate literário brasileiro. Vida longa a ela.

62 Comentários

  • vinicius jatobá 03/12/2007em13:12

    ‘Movimento Pendular’ (Alberto Mussa), o melhor livro da Copa, disparado, caiu na primeira fase. E ‘Mãos de Cavalo’ (Daniel Galera) também saiu logo. No entanto, a Copa foi uma grande sacada e espero que tenha sobrevida e ganhe mais espaço ano que vem. A única questão é: num país como o Brasil, com uma tradição tão grande em contos, fazer uma Copa apenas com romances me parece reforçar ainda mais o preconceito contra a narrativa curta. Mas gostei muito da Copa e acompanhei com interesse as partidas. Uma iniciativa que merece os melhores elogios (e votos de continuidade).

  • Daniel Brazil 03/12/2007em13:25

    Resultado interessantíssimo, do ponto de vista sócio-literário. Não li os finalistas, mas seria difícil imaginar autores tão diferentes, quase antípodas.
    Vitória do clássico ou do menos exaustivo?

  • Claudio Soares 03/12/2007em13:32

    Assino em baixo a opinião do Jatobá em relação aos contos (principalmente em se tratando do uso da internet como logística para essa Copa).

    Um certo paradoxo: a literatura brasileira deveria reconhecer (talvez nos falte a ênfase) o valor do futebol na cultura do país. A literatura do “país do futebol” parece não “dar muita bola” para o futebol. Impressão minha?

    Solidariedade à imensa e fiel torcida corintiana. O importante agora é manter a calma e, como outros grandes já o fizeram, buscar voltar ao seu devido lugar que é a primeira divisão.

  • Marcelo Moutinho 03/12/2007em16:21

    Cláudio, nossa literatura ‘não gosta’ de futebol, nem de samba. Às vezes porque não se quer ‘clichê’ (besteira suprema), às vezes porque os autores se querem frequentadores do Circuito Elizabeth Ardem…

  • Marcelo Moutinho 03/12/2007em16:21

    “se querem”, não, “se julgam”

  • Marcelo Moutinho 03/12/2007em16:22

    “Arden”, não “Ardem” (rs)

  • Paulo (Outro Paulo) 03/12/2007em16:54

    Que tremenda idiotice achar que o futebol tem de estar mais presente na literatura. Por acaso o basketball, o hockey e o futebol americano são temas recorrentes na literatura norte-americana? Por acaso o cricket e o rugby o são na inglesa? Por acaso o ski na alemã? A falta de assunto, a imbecilização das letras, a profunda incultura brasileira são os fatores implícitos nessa supervalorização de um esporte popularesco e de sua entronização como fonte e repositório principal dos valores culturais pátrios. Não temos alternativas. É tudo no futebol. Se em 500 anos só conseguimos ser os melhores no futebol, então pronto, achamos a nossa vocação, o nosso nicho, o nosso destino. Não temos opções. Não queremos. Tudo vai centrífuga e centripetamente girar em torno da banalidade de um esporte, porque não teremos mais expectativas. Não teremos ambições. Não daremos chance à cultura superior. É bola rolando, radinho de pilha na orelha, cachorro-quente Geneal e mijo voando pelas arquibancadas. Ficaremos no mais baixo dos planos, no raso, no mais ínfimo superficialismo popularesco. Esses homens de letras brasileiros, medíocres até a última fibra, por mais que tenham alguma leve consciência de que alguma cultura superior pode existir nalgum outro lugar do planeta, não conseguirão jamais fugir a esse destino fatídico, a essa maldição da incultura, descultura e da idiotice. Tenho dito.

  • Rafael 03/12/2007em17:08

    Pela absoluta ausência de tempo para a elaboração de uma exposição mais longa sobre o palpitante assunto, faço minhas as certeiras palavras de Paulo, o Outro!

  • Paulo (Outro Paulo) 03/12/2007em17:11

    Isso me deixa raivoso. Futebol. Futebol. Futebol. ARgh! E os quarenta programas de tv tipo “mesa redonda”? E os cadernos esportivos dos jornais, várias vezes mais polpudos que os cadernos literários? E as manchetes dos mesmos jornais, que preferem à III guerra mundial o campeonato nacional? E os políticos, dos jornalistas culturais, que só cuidam do futebol? E das “modelos-atrizes”, que só engravidam jogadores de futebol? E da porra do presidente que só se comunica por metáforas futebolísticas? ARgh.

  • Paulo (Outro Paulo) 03/12/2007em17:12

    Estou tendo uma convulsão de raiva, mas vai passar. Tenho dito.

  • pérsia 03/12/2007em17:55

    não é bem que deva ser sobre futebol, mas pode também tratar de futebol a literatura, pq não?

    no mais, bola dentro (rs), outro paulo.

  • Mr. WRITER 03/12/2007em18:00

    Também sinto uma verdadeira aversão pela “futebolização” de tudo.
    Raios, será que não dá para o esporte canalhinha, digo, canrinho, ficar um tanto ausente do mundo, da realidade e da “cultura”?
    Nada contra uma partida, mas esse fanatismo brasileiro é demais.

    Gostaria muito de ver algum autor brasileiro fazer com o futebol o que Douglas Adams fez com o criket em A vida, o universo e tudo masi”.

  • Mr. WRITER 03/12/2007em18:03

    Digo, “A vida, o universo e tudo mais”…

    Sobre a copa de literatura, gostei da idéia, mas acompanhei meio de longe. També pretendo conhecer mais de perto alguns dos “jogadores”.

  • Marcelo Moutinho 03/12/2007em18:21

    Paulo (Outro Paulo): você é ruim de bola?

  • Claudio Soares 03/12/2007em18:24

    A literatura serve para ajudar a pensar.

    O futebol assim como o samba (concordo Marcelo, já estou cansado de ver meu Império Serrano parecer um iô-iô) explicam esse país, logo, precisam ser pensados (ou repensados).

    A literatura ajudaria.

    Podemos ter o “melhor futebol do mundo”, mas não são os brasileiros que o consomem.

    Exemplo: os craques do Campeonato Brasileiro deste ano são um goleiro (muito bom), um chileno e um uruguaio. Ora, deve ter alguma coisa errada com o “melhor futebol do mundo”.

    Clubes de futebol, de administração séria, deveriam tornar suas finanças abertas ao grande público (como alguns dos maiores clubes europeus). Vejam o caso do Manchester United: entrou na London Stock Exchange em 1991 e hoje lidera a lista “The Most Valuable Soccer Teams” da Forbes (Team Value: US$1,453 mil). Seriedade dá retorno.

    Marcelo, infelizmente, me parece que vc está certo. O Brasil não quer ser Brasil, quando tanto, deseja ser Brazil.

    Mais escritores precisam considerar temas nacionais, pensar e nos ajudar a pensar sobre eles. Escrever é também uma forma de compreensão. Ora, se não for assim, para que serve um escritor?

    Ser cosmopolita sim, mas sem abandonar a nossa “brasilidade”. Difícil, mas não impossível. Isso não é ufanismo, é manter a identidade.

    Outro exemplo: Borges escreveu muitas milongas (considerava o tango uma decadência da milonga) e uma História do Tango. Era cosmopolita e não perdia sua “argentinidade”.

    Longe de querer me comparar ao mestre, achei pertinente E CITEI em meu romance a seguinte passagem (dando a fonte e incentivando a sua busca):

    “Esta brisa, que a juventude afaga, esta chama que o ódio não apaga pelo universo, é a evolução em sua legítima razão”.

    Conhecem? É samba. Mas, segundo dizem por aí, Carlos Drummond de Andrade considerava esses versos entre os melhores da Língua Portuguesa.

    Eu diria que com toda a razão.

    O autor dos versos é Silas de Oliveira.

  • Marcelo Moutinho 03/12/2007em18:25

    Nosso Império Serrano, Claudio. Bom saber que somos confrades.

  • Colecionador 03/12/2007em18:31

    Qual o motivo de ainda resultar nulo o endereço
    http://www.librarything.com/catalog/sergiorodrigues
    Hein ??

    Que coisa !!

  • Claudio Soares 03/12/2007em18:50

    Caro Marcelo: então, vou lhe fazer uma confissão: Quando eu era pequeno tinha dois sonhos (um deles, talvez ainda seja possível concretizar um dia). O primeiro era ser goleiro do Fluminense Football Club. O segundo: compor um samba enredo (para o Império, claro) tão bom quanto “Aquarela Brasileira” ou “Heróis da Liberdade”. 🙂

  • Sérgio Rodrigues 03/12/2007em18:50

    O motivo é simples, Colecionador: não tenho tempo para isso. Quando não estou lendo (10 horas por dia), escrevendo (outras 11), cuidando do bem-estar físico (4 horas em média) ou dormindo (2 horas e meia por noite), prefiro gastar meu tempo vendo jogos de futebol. Mas parece uma boa idéia. Obrigado pelo interesse.

  • Marcelo Moutinho 03/12/2007em19:00

    Bom, Claudio, então a conexão é maior: tbm sou tricolor.

  • Athayde 03/12/2007em19:58

    O que leva uma pessoa a escrever um livro de 950 páginas, como é o caso desse “Um defeito de cor”?

    É como já se disse: “Um autor escreve para si mesmo.”

  • Athayde 03/12/2007em20:02

    O que leva uma mulher a pesquisar exaustivamente e publicar uma obra de 950 páginas?
    Só pode ser exibicionismo.
    Eu leio pelo menos uns 8 livros por mês. E francamente, não compraria um tijolão desses.

  • Dr Plausível 03/12/2007em21:04

    Outro Paulo falou besteira. Não é uma “tremenda idiotice achar que o futebol tem de estar mais presente na literatura.” E sim, os esportes SÃO temas recorrentes na literatura euaense e na inglesa.

    Já em 1925, qdo o euaense Ring Lardner escrevia sobre beisebol, Virginia Woolf, numa resenha muito elogiosa de seus livros, notou q os Euá não tinham uma tradição literária própria — brotada de suas entranhas, por assim dizer — e q esporte em geral poderia suprir a metáfora básica pra todo um gênero literário nativo dos Euá q inexistia na Europa da época. Pois dito e feito. A literatura euaense hoje transborda de romances & contos apoiados no esporte. Não é bem um argumento contra o q o rapaz aí disse, pois tudo nos Euá transborda, e até empapuça. Mas sim, o esporte é um “tema recorrente” na literatura euaense e, hoje, também na Europa.

    O fato de haver pouco futebol na literatura brasileira se deve apenas ao fato de q há pouca literatura brasileira, e a pouca q há é mormente escrita por damas e cavalheiros q empinam o nariz pra quem fala de futebol (como se não fosse uma atividade humana como qqer outra) e preferem perder um pé do q sequer escrever essa palavra.

  • Vigilante rodoviário 03/12/2007em21:08

    Cláudio e Moutinho, o que mais vocês têm em comum? Não acham melhor discutir essa relação num lugar mais apropriado?

  • Saint-Clair Stockler 03/12/2007em21:56

    Eu tenho uma questão pra vocês:

    Onde estão os nossos “autores gays”? Tínhamos o Caio Fernando Abreu. Que morreu. Temos o Silviano Santiago (que uma vez, logo assim que o seu “Keith Jarrett no Blue Note” foi lançado me respondeu – numa palestra que deu na Uerj – que a opção de chamá-lo de “um livro de contos gays” foi da Editora, não dele), temos o João Silvério Trevisan (por onde anda, hein?) e tivemos o Alexandre Ribondi. Este último, pouca gente conheceu. Mas ele escreveu um livro de contos (que é apresentado como “romance”) muitíssimo interessante: “Na companhia dos homens”. Sim, sim: acho importante termos “autores gays” como é importante ter “autores negros”.

    Se uma parte da experiência humana não é representada artisticamente, ela existe? Ela tem visibilidade?

  • Jonas 03/12/2007em22:35

    Estava demorando, Saint-Clair..

  • Leandro Oliveira 03/12/2007em22:36

    Saint-Clair o que eu tenho observado é que a Academia tem experimentado de seu próprio veneno. Antigamente os chamados Estudos Culturais ganharam tamanha ênfase que tudo passou a ser político, literatura que é bom, nada. Hoje você dizer que vai escrever algo gay ou sobre negros, ou qualquer outro grupo periférico em relação às hegemonias (ou classe dominante, se preferir) é automaticamente tachado de péssimo por seu conteúdo político. Uma pena, antigamente misturaram litros de política em alguns pingos de literatura para valorizar o que não merecia e hoje o contrário é feito como se não fosse possível a produção de uma literatura de qualidade sobre grupos sociais diversos.

  • Rafael 04/12/2007em09:54

    Eu às vezes me pergunto: onde estão os autores narigudos? Há tantos narigudos no mundo que é lícito dizer que a narigudade é parte da experiência humana; merece, pois, ser objeto da literatura. E, no entanto, poucos foram os autores que ocuparam desse importantíssimo tema. Há o exemplo ilustre de Gogol com seu famoso O Nariz, há alguns poemas de Bocage e, se não me falha a memória, há um divertido conto japones cujo protagonista se submete a inúmeros martírios para diminuir o tamanho do seu narigão. Pouco, muito pouco… Devemos ter autores negros, autores gays e, por que não?, autores narigudos.

  • Marcelo Moutinho 04/12/2007em10:38

    Temos em comum a prática de assinar embaixo do que escrevemos com nossos próprios nomes – prática rara na internet, infelizmente repleta de cagões que escondem sua covardia (ou seus ressentimentos) sob o anonimato.

  • Areias 04/12/2007em12:43

    O fato de assinar o próprio nome não significa que o cara seja mais macho que os outros. Discutimos idéias, não nomes.
    É claro, quando as idéias definham, vocês apelam para esse subterfúgio: “Mas eu assino meu próprio nome”. Bola fora, Marcelo.

  • Marcelo Moutinho 04/12/2007em13:15

    Areias, não me referi em nenhum momento a “macheza”. Onde vc leu isso? Digo apenas que as pessoas devem se identificar ao emitir suas opiniões, inclusive você.

  • Harpia 04/12/2007em13:24

    Rafael,

    Não esqueça do Cyrano de Bergerac, de temática, digamos, rinoestética.

    Sérgio, Somando 10 horas de leitura com 11 de escrivinhação mais 4 de bem-estar e 2,5 de sono, chegamos a 27,5 horas de atividade ! 🙂

    Ou você trabalha no Unibanco (o dia lá tem 30 horas, como todo mundo sabe), ou se dedica a ler e escrever em detrimento de coisas mais prosaicas, como comer e dormir.

  • Fernando Molica 04/12/2007em14:09

    Concordo, Moutinho. Acho lamentável esse costume do sujeito escrever sem se identificar. É o preço que se paga neste início de história da internet. No mais, a Copa foi legal. Foram cometidos alguns absurdos na análise de livros, mas, enfim, era uma competição – digamos – futebolística, meio mesa de bar. E foi muito interessante ler diversas opiniões sobre um mesmo livro. Que venha a próxima.

  • Tibor Moricz 04/12/2007em14:27

    Sérgio, 2h e meia por noite? Só isso? Cara, você precisa dormir mais!! Quando você fala em cuidar do bem estar físico (4h), isso inclui dar uminha? Ou, com tanta atividade, nem sabe mais o que é isso?
    Desculpe, não aguentei. Perco o amigo, mas não perco a piada…rsrsrsrs.

  • Sérgio Rodrigues 04/12/2007em14:36

    Harpia e Tibor, era piada.

  • Tibor Moricz 04/12/2007em15:55

    Oras, esqueci de fazer as contas… que burro! rsrsrs

  • Areias 04/12/2007em16:12

    Chamo-me Reinaldo Areias Filho. E agora, que diferença faz?

  • Claudio Soares 04/12/2007em19:07

    Vigilante rodoviário (inspetor Carlos ou seu cão Lobo?): creio que eu tenha com o Moutinho mais uma coisa em comum: gosto muito de ler contos (me arrisco também a escrever um ou outro de vez em quando). E qt a discutir relação, fora de cogitação: sou casado e minha mulher é ciumenta 🙂

    Sérgio: agora, o lugar apropriado sugerido pelo VR, não deixa de ser boa idéia para um bate-papo (ao vivo) de fim de ano do pessoal que passou por aqui o ano inteiro. O que acha?

    Marcelo/Fernando: concordo com vcs no que diz respeito a assinar o que comento. Mas, quando nos respeitamos, tudo bem (até se a suposta brincadeira chega a resvalar nos limites do aceitável), afinal pseudônimo não é coisa que nasceu com a internet, não é mesmo? Relevemos.

    Saint-Clair: respondo com uma pergunta (provocativa): só existe se estiver escrito? Ora, a vida é maior do que a literatura. (Sobre o J. S. Trevisan: tem uma entrevista recente dele no site Cronópios).

    Sérgio (de novo): tente experimentar o Shelfari (o Librarything tb é muito bom). Pode lhe ser útil até como ferramenta de trabalho. Tem até um widget que permite que a sua estante virtual possa ser embutida no seu blog.

  • Claudio Soares 04/12/2007em20:14

    Sergio e demais: e o GRANTA EM PORTUGUÊS #1, hein? O que vocês acharam? Justifica?

  • Magnificat 05/12/2007em01:30

    Onde tem “a” Granta em português? Na banca?

  • Areias 05/12/2007em08:52

    O Claudio, na minha opinião, se justificaria mais se publicasse contistas brasileiros (que, como disseram mais acima, temos muitos “craques” e “tradição”). Do jeito que está, por enquanto, parece mais um catálogo de autores estrangeiros que em breve a editora traduzirá e venderá como a “nova” literatura mundial.

    Reinaldo A. Filho (cpf: 345662 …)

  • Harpia 05/12/2007em09:37

    Sergio,

    Claro que era piada, mas é que você levantou a bola tão bem, que cortar era inevitável! 😉

  • Claudio Soares 05/12/2007em09:38

    Magnificat: no nosso caso acaba sendo “o” Granta, pois saiu como livro. Na Saraiva tem.

  • Claudio Soares 05/12/2007em09:47

    Inclusive, pela capa, vc achei que fosse um livro de marketing…

  • Claudio Soares 05/12/2007em09:55

    Como a Granta, de 1889, morta e ressuscitada na década de 70, seria interessante que a nossa Ficção, editada por Sandroni e Olinto na década de 60, depois por Sandroni nos anos 70, e que (de certa forma) cumpria este papel de apresentar novos autores brasileiros (principalmente os contistas), também ressuscitasse.

  • Saint-Clair Stockler 05/12/2007em10:01

    Ué, Cláudio, mas já existe a Ficções da 7Letras:

  • Areias 05/12/2007em10:36

    Bem lembrado, Saint. D’ailleurs, as-tu lu l’interview de Houellebecq dans la Folha d’aujourd’hui??

  • Claudio Soares 05/12/2007em10:47

    Tem razão. Mas, onde podemos encontrá-la? Só no site da 7L? Mas, sem acesso ao índice? Pelo pouco que vi lá, a revista não é muito focada em novos autores.

  • Rafael 05/12/2007em10:48

    Harpia,

    Sim, falha imperdoável, esqueci-me completamente de Cyrano de Bergerac, o maior dos narigudos da literatura. Faltou também fazer uma menção ao Pinóquio, a genial criação de Carlo Collodi (embora, verdade seja dita, a obra original, Le Avventure de Pinocchio, dá menos ênfase à elasticidade nasal do personagem que o desenho da Disney). Não nos esquecemos, last but not least, de Publius Ovidius Naso, o célebre poeta romano, autor das belíssimas Metamorfoses, de quem não sabemos se foi realmente narigudo, questão controversa que divide, numa cisma insolúvel, os sábios e os eruditos.

    Bocage escreveu estes belíssimos versos sobre tão importante tema:

    Nariz, nariz, e nariz,
    Nariz, que nunca se acaba;
    Nariz, que se ele desaba,
    Fará o mundo infeliz;
    Nariz, que Newton não quis
    Descrever-lhe a diagonal;
    Nariz de massa infernal,
    Que, se o cálculo não erra,
    Posto entre o Sol e a Terra,
    Faria eclipse total!

  • Claudio Soares 05/12/2007em10:51

    Ok. Tem um link no site deles com uma lista de livrarias…

  • Saint-Clair Stockler 05/12/2007em10:53

    Areias,

    Non, je n’ai pas d’accès à Folha. Surtout parce que j’habite en banlieu et la Folha n’est pas disponible dans la région.

  • Saint-Clair Stockler 05/12/2007em10:55

    Claudio,

    Engano seu: eles dão espaço pra gente nova, sim. São das poucas publicações que acho equilibradas nesse quesito. Um dos meus colegas de faculdade – Leandro Salgueirinho – debutou nas páginas de uma das edições da Revista e, algum tempo depois, acabou publicando seu livro de contos Pressentimento do umbigo na coleção Rocinante, da própria 7Letras.

  • Saint-Clair Stockler 05/12/2007em10:57

    Claudio (again),

    Você tá no Rio, certo? O Berinjela (Av. Rio Branco 185, subsolo – tel 2532-3646) tem sempre exemplares disponíveis da Ficções…

  • Areias 05/12/2007em11:29

    Saint, ce n’est pas terrible, mais je peux te l’envoyer sur ton site, si tu me dis comment je dois le faire.

  • Rafael 05/12/2007em12:35

    Na Rússia pré-revolucionária, os membros da nobreza e os mais prósperos, para quem a educação superior era acessível, exibiam-se lendo Tolstói e Dostoievski em traduções francesas, cuja qualidade, todos sabemos, sobressai-se ao bárbaro russo.

    Sinto-me imensamente feliz por ver esse ilustre precedente medrar nos Tristes Tropiques.

  • Claudio Soares 05/12/2007em13:36

    Saint: obrigado pela dica! 🙂

  • pérsia 05/12/2007em17:21

    não adianta botar nome, endereço, tamanho do nariz etc. muito dificilmente somos os mesmos aqui e ali, num espaço destes muito menos.
    o vigilante, acho que queria isso, me fez rir.

    e acho chique escrever em francês, em inglês, e em latim: chiquíssimo.

  • Chico 06/12/2007em19:18

    Mas voltando a copa….

    Gosto de futebol e leio alguma literatura. Mas nao preciso de sabedoria sobrenatural para saber que sao coisas distintas. E nao pude deixar de acha engracada ambas ideias: primeiro, uma copa literaria; segundo, festa do futebol no Teatro Municipal, dias atras.

    Isso tudo eh surreal, ou eu abusei do meu Ritrovil com dudu (Conhaque Dubar com vinho quinado)?

    Copa literaria… tudo bem que exista um certo proselitismo na auto-promocao de novos autores – isso nao eh crime e ateh faz parte do oficio de escritor; e o que eh mais importante, nao engorda. Mas… uma copa literaria….

    Mal comparando, colocar Cony, Assis Brasil e o Vilela disputando jogos com Andre Santanna (por exemplo) nao seria mais ou menos como botar o Obina no Municipal para receber um premio futebolistico e agradecer cantando a La damoiselle élue?

    (Nota: olha ai, como aqui quem nao ofende eh aviltado, antes que comecem a tacar pedra, eu vi o Onça, Murilo e Cardosinho jogarem seus fedelhos)

    Talvez as duas coisas (copa de literatura e futebol no Municipal) se relacionem, mas ainda acho que ha uma inversao de valores nisso tudo.

    Abraco, Chico

  • João Barreto 08/12/2007em23:44

    Oi, Sérgio. Citei este teu post. Trackback manual:

    http://vejotudoenaomorro.wordpress.com/2007/12/08/ontem-incendiario-hoje-bombeiro

    Abs!

  • Sérgio Rodrigues 09/12/2007em11:27

    Valeu, João. Um abraço.

  • Hildentius Gorostyza Somoza 10/12/2007em14:04

    Com uma cambada de quadrúpedes votando, ia dar o quê? O livro de outro quadrúpede, claro.

  • Cagão que esconde sua covardia (ou seus ressentimentos) sob o anonimato 10/12/2007em14:08

    “Temos em comum a prática de assinar embaixo do que escrevemos com nossos próprios nomes – prática rara na internet, infelizmente repleta de cagões que escondem sua covardia (ou seus ressentimentos) sob o anonimato.

    Comentário de Marcelo Moutinho — December 4, 2007 @ 10:38 am”

    Você escreve como mulherzinha.