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Jornalismo ficcional

01/04/2010

Um repórter italiano chamado Tommaso Debenedetti tem o hábito de fazer entrevistas fictícias com ficcionistas americanos – e, claro, vendê-las como verdadeiras aos jornais com os quais colabora. Philip Roth, que apareceu numa delas descendo a lenha no presidente Barack Obama (que na verdade apóia), foi o primeiro a descobrir a fraude. John Grisham e Gore Vidal vieram em seguida.

Por enquanto, só Grisham declarou pensar numa ação judicial. Roth contenta-se em imaginar que a carreira do falsário acabou. Outras vítimas estão sendo procuradas e, com o “email-denúncia” que a revista “New Yorker” lançou em seu site, imagina-se que a lista ainda vá crescer muito.

Não se sabe se Debenedetti, que deu um jeito de desaparecer, vai invocar algum argumento pós-moderno em sua defesa.

19 Comentários

  • Vinícius Antunes 01/04/2010em11:39

    Hahaha. Genial. Tomara que a moda pegue pra nos garantir algumas boas risadas e confusões.

  • Cecel 01/04/2010em11:53

    Cara muito sabido, gostei.

  • Valoni Antonio Orlandi 01/04/2010em12:06

    Em se confirmando, o dito cujo deve ser catalogado na lista dos crápulas.

  • Jamille 01/04/2010em12:09

    “argumento pós-moderno”…amei!!! Pelo menos TPM ele não pode alegar!!

    • clelio 01/04/2010em12:28

      Direitos iguais, Jamille

  • Rafael 01/04/2010em12:40

    Pós moderno? Esse tipo de burla já era praticada por Jonathan Swift dois séculos antes que o primeiro autor pós-moderno vestisse fraldas. As entrevistas genialmente forjadas pelo Debenedetti são uma inofensiva brincadeira de criança perto das predições de Isaac Bickerstaff sobre a morte de John Partridge, o pobre astrônomo que teve a desventura de irritar a pena impiedosa de Swift (vide: http://www.museumofhoaxes.com/bickerstaff.html).
    P.S.: Esta pauta é, sem dúvida, apropriada para a data de hoje.

  • Rafael 01/04/2010em12:47

    Xi… Meu último comentário caiu na malha fina.

  • Amigo do Kassab 01/04/2010em13:01

    Algum jornalista brasileiro poderia fazer entrevistas ficcionais com os políticos e governantes daqui. Eles diriam o que todos sabem, mas ninguém publica.

  • julio 01/04/2010em13:29

    Fantástico. Pelo menos poderiamos imaginar entrevistas hilárias com os nossos políticos, sem que o autor pudesse ser penalisado de falar as verdades que todos nós gostaríamos de dizer.

  • déia 01/04/2010em13:38

    Realmente chique essa ai em, acho que vou fazer facul. para ser jornalista afinal eu tambem tenho imaginação fertil rsrsrsrs.

  • henrique 01/04/2010em13:39

    Será que o nosso jornalismo também faz o mesmo, mas aqui, o jornalista não pode ser punido por mentir ou inventar, senão estarão cerciando a liberdade de imprensa.

  • Paulo Ilmar Kasmirski 01/04/2010em13:44

    100% lucro, vou pedir um vale, e lançar o jornal da ficção

  • EDER 01/04/2010em13:57

    o corinthians esta no ano do semternada…kkkk

  • zanzisca 01/04/2010em14:18

    Entre sorumbática e macambúzia, me pego me sacudindo em gargalhadas entre “invocar algum argumento pós-moderno em sua defesa” e o “40 histórias de escritores, excretores e outros insensatos “. kkkkkkkkkkkk

    Bem que eu merecia este momento..
    O quê? Claro que não tenho nada a ver com isso, mas tudo a ler sobre…

    E vamu rir que Jesus é bom, gente. Manso e humilde…

  • tadeo 01/04/2010em14:41

    O brasileiro não tem memória e cultura.Compre um livro que o reporter inventava matérias. “COBRAS CRIADAS”.

  • gilvas 01/04/2010em14:44

    eu já escrevi entrevistas fictícias, mas foi com artistas da música pop. com escritores seria mais difícil, e menos divertido.

  • Michael Bismark 01/04/2010em15:15

    Na verdade não é muito diferente do Brasil. Aqui se falsicam pesquisas eleitorais, indices da balança comercial,
    nivel de emprego, indice do PIB, e outras cositas mais. O melhor seria, que todos os orgãos manipuladores conversassem entre si, para que não houvessem dispcrepâncias entre as pesquisas divulgadas.

  • Tibor Moricz 01/04/2010em21:10

    Minhas entrevistas ficcionais não são uma fraude e os autores convidados curtem demais. Logo, logo ganhará dimensões que os leitores habituais nem imaginam. Será uma surpresa para todos!

  • Robson 02/04/2010em02:38

    Já não se fazem mais repórteres como antigamente… tudo em nome do sensacionalismo e da polemicidade que antecede o lucro.