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O boicote da autora de ‘A cor púrpura’ a Israel e outros links

20/06/2012

A escritora americana Alice Walker (foto) vetou a publicação de seu best-seller “A cor púrpura” em Israel, em protesto contra o que chamou, numa carta à editora Yediot, de “apartheid e perseguição do povo palestino”. Acrescentou que “gostaria muito que meu livro fosse lido pelo povo de seu país, especialmente pelos jovens e corajosos ativistas israelenses (judeus e palestinos) que lutam por justiça e paz e com os quais eu tive o prazer de trabalhar. Tenho esperança de que um dia, talvez em breve, isso possa acontecer.” Reportagem completa do “Guardian”, em inglês, aqui.

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Como o imperialismo linguístico do “latim moderno” afeta a Bolsa de Valores Literários é um tema que renderia muitos livros – de preferência em inglês, claro, para que todo mundo se interessasse em ler. Mas é improvável que isso ocorra, por uma simples questão de ponto cego. Tim Parks, escritor inglês que mora em Milão, faz no blog da “New York Review of Books” reflexões lúcidas sobre a acachapante – e crescente – hegemonia da literatura de língua inglesa entre os leitores europeus de ficção. Um trecho:

Participando de uma conferência com escritores britânicos ano passado, em Berlim, fiquei constrangido quando um dos meus colegas, um homem conhecido por suas ferozes sátiras esquerdistas de personagens públicos presunçosos, disse que os britânicos podiam se orgulhar de produzir uma literatura de tal qualidade que o mundo inteiro deseja lê-la. Bem, é verdade que a Grã-Bretanha tem uma forte tradição romanesca, mas hoje em dia os dados estão tão viciados em favor da língua inglesa que a questão da qualidade é quase irrelevante. Em qualquer jogo de poder, parece, o lado mais forte costuma ser o que menos se dá conta do que está acontecendo.

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Pesquisas acadêmicas que aplicam uma demão de tinta “científica” àquilo que todo mundo já sabe têm algo de cômico, mas em todo caso vamos lá: um estudo recém-publicado por psicólogos da Universidade do Estado de Ohio (aqui, em inglês) sustenta que, ao ler uma ficção envolvente, temos a tendência de nos esquecer temporariamente de quem somos e assumir pontos de vista e sensações de personagens com os quais nos identificamos – especialmente se a narrativa for escrita na primeira pessoa.

5 Comentários

  • Bernardo 20/06/2012em18:20

    Sérgio, este comentário não acrescenta muito ao tema, mas “Universidade de Ohio” sugere que a pesquisa tenha sido feita pela Ohio University e não pela The Ohio State University, como foi. Não sei, no entanto, qual seria a melhor tradução pra Ohio State, uma vez que ambas são universidades estaduais em Ohio. A Wikipedia traduz como “Universidade do Estado de Ohio”. Um abraço.

    • sergiorodrigues 20/06/2012em18:44

      Boa observação, Bernardo, obrigado. Acatei a sugestão da Wikipedia.

  • Ataliba 20/06/2012em19:26

    que sorte tem o estado de Israel, este livro com certeza não vai fazer falta para eles.

  • Cristiane 20/06/2012em23:37

    Gostaria muito de entender quem defende o massacre de toda uma nação em nome de Deus! depois de tudo o que passaram os judeus, estão vigando sangue com sangue!

  • Benjamin Cole 24/06/2012em04:39

    Os judeus não estão vingando nada, é cada um que me aparece… E não há massacre algum em nome de deus. Quem acha isso simplesmente não conhece os israelenses. E Alice Walker é uma das piores escritoras dos EUA, uma ideologazinha barata. Repararam como ela lamenta que nem os ativistas de Israel podem lê-la agora? Pois é, seus leitores ideais são do partido dela.