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Crumb e Shelton: uma noite para esquecer
Vida literária / 07/08/2010

Os cartunistas americanos Robert Crumb e Gilbert Shelton foram os protagonistas da página mais constrangedora da história da Flip, na mesa “A origem do universo”, que terminou há pouco, com mediação do jornalista Sérgio Dávila. Conversa mole e entrecortada de dois hippies velhos, pontuada de fracas e recorrentes piadas sobre o tamanho dos glúteos das mulheres brasileiras, bastaram dez minutos para deixar claro que a escalação dos cartunistas, por mais importantes que seus nomes sejam na cultura underground americana, tinha sido um equívoco. E tudo piorou quando, com metade do tempo transcorrido e numa aparente tentativa de salvar a noite, a organização do evento fez subir ao palco a mulher do astro principal, a também cartunista Aline Crumb. Foi quando o mediador e Shelton – que, apesar de meio surdo, ainda tentava timidamente dirigir o papo para algum lugar menos desprovido de sentido – se viram excluídos do que virou um bate-boca doméstico. Doses maciças de vergonha alheia no sábado à noite, o “horário nobre” do evento. Ei, pessoal: talvez não seja má ideia escalar apenas escritores, afinal.