A notícia anda circulando por aí, sobretudo em sites de tecnologia, entre risinhos e estupefação, e deve circular ainda mais. A princípio pensei que fosse piada. Não é.
Quem baixou – e pagou, e começou a ler – uma versão eletrônica de “1984”, de George Orwell, para o Kindle, levou um susto no fim da semana passada. Aparentemente, houve um mal-entendido entre o editor e a Amazon sobre o licenciamento da obra. O que levou a maior livraria virtual do mundo a, sem aviso prévio, entrar sorrateiramente no Kindle de seus consumidores, deletar o livro e depositar um crédito em sua conta. O mesmo ocorreu com “A revolução dos bichos”, também de Orwell.
Bonito, não? Se a idéia era atrasar em um punhado de anos a confiabilidade do livro eletrônico, um golpe de gênio. Embora talvez meio forçado nesse paralelismo óbvio com o Big Brother. Não seria preferível ser mais sutil?
Pensando melhor, claro que a história só podia ser verdadeira: como disse Mark Twain, por que a realidade não seria mais inverossímil que a ficção? A ficção, afinal, tem que fazer sentido.
12 Comentários
Isso é o que se pode chamar de genuíno problema do século XXI!
E viva o bom e velho livro de papel! Não troco por tecnologia nenhuma!
#Amazonfail 2.0
Abss!
E viva o bom e velho livro de papel! Não troco por tecnologia nenhuma! [2]
O departamento jurídico da Amazon não deve ser tão bom quanto o comercial. Alguma empresa tem o direito de tomar de volta o que vendeu, mesmo devolvendo o dinheiro à revelia do cliente?
SOMENTE DENTRO DE CINCO OU SEIS ANOS ESSA TECNOLOGIA
E SEUS TRÂMITES JURÍDICOS ESTARÃO PLENAMENTE AJUSTADOS.
A burrice não é digital, é universal…
E livro de papel não quebra.
Da mesma, forma que se fazem recalls nos mais diversos setores e indústria o que aconteceu foi erro de processo e a solução dada foi pior.
Escreverei mais aprofundadamente sobre o assunto no retorno do Pontolit ainda esta semana. Mas, antecipo que o problema maior é a falta de experiência com o meio e precipitação da Amazon (como no caso recente de apagar livros da categoria gays e lésbicas do seu Ranking).
O modelo a ser seguido, já disse é repito, é o mesmo da indústria de software.
E mais: enfatiza-se dos problemas de direitos autorais em relação aos livros (é a grita de escritores e editores pouco informados), mas garanto que muitos deles não têm o pudor de manter uma versão pirata do Windows e outros softwares em suas máquinas.
A solução da Amazon foi feia e atabalhoada (até porque diversos usuários que tiveram suas contas reabastecidas, o tiveram erroneamente, pois haviam adquirido o livro grátis em promoções da Kindle Store).
Fico com o que diz Chato e o Novello.
Mas, quem chiou e gerou esse movimento na Amazon, devia também tentar tirar o esnips do ar já que lá consegue-se esses ebooks na hora, no idioma que o leitor desejar.
A propósito saibam que é bem provável que o The Lost Symbol, de Dan Brown, também já seja lançado em formato digital de cara. Discute-se.
No Brasil, a Sextante deveria encarar o desafio. Mas, com o suporte de uma empresa experiente em soluções de software, como a IBM, por exemplo.
Agora, por favor, de uma vez por todas, entendam, meus caros, esse tipo de discussão que contrapõe papel x digital é uma inútil e infrutífera perda de tempo. O digital terá o seu espaço e não acabará com livros de papel (pelo menos enquanto ainda estivermos sobre a Terra).
Agora, a vocação do livro é ser multimídia e a das narrativas é serem transmidiáticas. Isso, senhores e senhoras, em papel, é impossível.
A não ser que consideremos a e-ink e o e-paper, claro.
E viva o bom e velho livro de papel! Não troco por tecnologia nenhuma! <>
Não sei, não sei…
Shit happens. Simples assim.
Além disso, já vi muitos decision makers (inclusive no mercado financeiro, com muito mais grana envolvida) fazendo escolhas desastrosas.
Teorias conspiratórias não são a melhor (e nem a mais original) explicação pra coisas absurdas.
Posso estar enganado quanto ao caso específico.
Minha desconfiança pelo Kindle aumentou muito. E que fique entendido, se alguem quiser roubar algo de minha biblioteca, será expoulso à bordoadas.