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Mário de Carvalho: ‘Um deus passeando pela brisa da tarde’
Primeira mão / 17/06/2006

O português Mário de Carvalho nasceu em 1944, dois anos depois de António Lobo Antunes, e talvez seja correto dizer que ficou meio ofuscado pelo estilo agressivo e flamejante de seu companheiro de geração. Os dois são escritores da linha de frente da literatura portuguesa hoje, mas Carvalho é mais clássico, de prosa mais contida. O livro que costuma ser considerado sua obra-prima, porém, “Um deus passeando pela brisa da tarde” (1994), tem uma legião de fãs ululantes, daqueles que não se incomodariam de se mudar para dentro da obra. No caso, para a fictícia cidade de Tarcisis, na Lusitânia do século 2, na qual o narrador Lúcio Valério Quíncio, magistrado romano, lida com duas ameaças ao mundo como ele o conhece. Uma é externa: a invasão dos mouros. A outra fermenta no próprio coração do povo: o crescimento de uma seita cujos adeptos têm por símbolo um peixe – o Cristianismo. Após uma edição brasileira pouco divulgada da Contraponto, “Um deus…” está sendo relançado esta semana pela Companhia das Letras (320 páginas, R$ 45,00). Poucos vestígios da razia são hoje aparentes. É difícil acreditar que estas casas foram reconstruídas, após terem sido em grande extensão arrasadas. Quando esta geração…