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Autor pernambucano se defende
Posts / 28/06/2006

Reproduzo abaixo a mensagem que acabo de receber de Fernando Monteiro, escritor pernambucano citado semana passada aqui no Todoprosa, na nota “É claro que nossos netos vão rir”, por conta da apresentação interneticamente tosca de um folhetim de sua autoria no site do jornal paranaense “Rascunho”. A mensagem repete em linhas gerais os argumentos de um dos editores do jornal, Luís Henrique Pellanda, já publicados aqui: o trabalho em questão foi concebido para publicação em papel, o site é só um subproduto disso – traduzindo, ninguém está ligando para o que vai ao ar no “Rascunho” digital e eu não deveria ligar também. O que, na minha opinião, é confissão de culpa e não atenuante. De novidade, a mensagem do autor do folhetim traz uma crítica genérica e um tanto difusa ao próprio meio eletrônico e aos “debates” (aspas de Monteiro) que ele propicia. Pois é em benefício do debate (sem aspas) que a mensagem de Fernando Monteiro vai aqui na íntegra, sem edição, o que dificilmente ocorreria no espaço contado da imprensa de papel. E também porque, no fim das contas, suas palavras ajudam a entender por que seu folhetim, mesmo tendo caído na rede, se recusa tão obstinadamente…

Assim comeu Zaratustra
Posts / 28/06/2006

As pinturas religiosas do século XIV foram as primeiras a retratar cenas de danação em que pessoas acima do peso vagavam pelo Inferno, condenadas a saladas e iogurte. Os espanhóis eram particularmente cruéis, e durante a Inquisição um homem podia ser condenado à morte por rechear um abacate com siri. Nenhum filósofo chegou perto de resolver o problema da culpa e do peso até que Descartes dividiu mente e corpo em dois, para que o corpo pudesse se empanturrar enquanto a mente pensava: “Quem se importa, esse não sou eu”. A grande questão filosófica continua sendo: se a vida não tem sentido, o que fazer a respeito da sopa de letrinhas? Deu para reconhecer o estilo? O trecho foi retirado de um livro inédito de um dos maiores filósofos da história, o “Livro de dieta de Friedrich Nietzsche”, cujo manuscrito foi descoberto recentemente em Heidelberg por Woody Allen – ou pelo menos é esse o ponto de partida da crônica de humor filosófico (em inglês) que ele publica no último número da “New Yorker”.