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Murilo Rubião: ‘A casa do girassol vermelho’
Primeira mão / 02/07/2006

O mineiro Murilo Rubião (1916-1991) é uma espécie de Dorival Caymmi da literatura: em cinqüenta anos de atividade literária, escreveu uma média de um conto por ano e, perfeccionista, nunca parou de reescrevê-los e submetê-los a uma feroz autocrítica que, no fim das contas, o levaria a considerar apenas 33 aptos a figurar em livro (pena que esse rigor não tenha mais seguidores entre nós). Rubião foi “descoberto” pelo grande público tardiamente, nos anos 70, com o best seller “O pirotécnico Zacarias”. Foi nessa época que o li pela primeira vez. Era adolescente e nunca mais esqueci a forte impressão causada por aquele estilo que, embora fantástico, nada tinha a ver com o realismo mágico latino-americano, ao qual era na verdade bem anterior – o autor já estava inteiro em sua primeira coletânea, “O ex-mágico”, de 1947. A comparação feita habitualmente pela crítica é com Kafka, mas também isso explica pouco. A verdade é que Murilo Rubião não se parece com nada. Só lendo o homem para saber o que significa lê-lo, e por isso é tão bem-vinda a volta ao mercado daqueles 33 contos aprovados por ele, relançados pela Companhia das Letras. Esta semana chegam às livrarias “O pirotécnico…