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Deus mata Mickey Spillane: ‘Foi fácil’
Posts / 18/07/2006

O primeiro livro do americano Mickey Spillane, “Eu, o júri”, de 1947, que já trazia seu lendário detetive durão Mike Hammer, tem um dos finais mais canalhas da história da literatura policial. Quando descobre que a mulher por quem se apaixonou é a assassina do amigo que tinha jurado vingar, Hammer não pensa duas vezes: mete um tirambaço de 45 na barriga dela. Segue-se o diálogo: – C-como você pôde? – ela ofegou. Eu só tinha um momento antes de falar com um cadáver, mas deu tempo. – Foi fácil – disse. Spillane trabalhou aquele gênero de literatura policial barata que Dashiell Hammett tinha transformado numa fortíssima arte seca e Raymond Chandler em admiráveis exercícios de desencanto e sarcasmo. Barateou tudo de novo, aumentou o volume do sexo e da violência até um ponto ensurdecedor e, como vivemos no planeta Terra, vendeu muito mais em poucos anos do que Hammett e Chandler, juntos, a vida inteira. O escritor morreu ontem, em casa, aos 88 anos. Leia aqui o obituário do “Los Angeles Times”.