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Hatoum e o silêncio do escritor
Posts / 10/08/2006

Em Parati a passeio, o romancista amazonense Milton Hatoum conversou com o Todoprosa sobre o prêmio Jabuti que acabou de ganhar com “Cinzas do Norte” e sobre a própria Flip, de que participou como autor convidado no primeiro ano e coordenando uma oficina de texto no segundo. Surpreendentemente, o tímido Hatoum afirma gostar dessas oportunidades de contato pessoal entre autor e leitor. “A presença física é importante, pela gestualidade, pela dicção… Às vezes até pelo silêncio você conhece um escritor”. Ouça a entrevista clicando aqui.

Hitchens: “Temos que aprimorar nossa capacidade de matá-los”
Posts / 10/08/2006

Como no ano passado, quando as bombas no metrô de Londres sacudiram a calma da Flip, a notícia sobre o plano dos atentados descoberto na capital inglesa fez a política internacional ocupar novamente o primeiro plano das conversas. O que é “obsceno”, segundo o inglês Christopher Hitchens, mas inevitável. Hitchens, que no sábado dividirá com Fernando Gabeira a mesa “Profissão repórter: na linha de frente”, teve que interromper hoje seus planos de uma sesta reparadora, que o deixasse novo em folha para novas rodadas de uísque com água mineral gasosa – a cachaça da terra não lhe fez a cabeça – a fim de escrever às pressas sobre o caso para a imprensa inglesa. Obscenidade é uma idéia precisa, principalmente quando se leva em conta o contraste entre a fisionomia carregada de Hitchens e as dezenas de crianças de uniforme escolar que corriam à sua volta na Praça da Matriz, entre contadores de histórias e bonecos de papel machê, dando à cena um jeitão comovente de utopia social. Ex-estrela da esquerda britânica que hoje não tem medo de ser chamado de direitista, Hitchens falou ao Todoprosa sobre as idéias que vai expor em seu artigo. Idéias fortes como esta: “Vai…

A musa era musa mesmo
Posts / 10/08/2006

“Para namorar. Quando comecei, era para namorar.” A resposta do poeta Carlito Azevedo à pergunta encaminhada por um espectador, “por que escrever poesia?”, na mesa “Vozes em verso”, hoje de manhã, foi provavelmente a mais desconcertante ouvida até agora na Flip. A falta de pose também é uma pose? Claro que é. Mas é impossível negar o que há de verdade profunda na confissão de Carlito. “Eu via as minhas limitações, não sou o Marcos Siscar, louro, alto, de olho azul”, disse ele, referindo-se ao poeta com quem ele e Astrid Cabral dividiam a conferência na Tenda dos Autores. “Precisava que prestassem atenção em mim por três minutos, que em geral é o que dura um poema.” E hoje, passada essa necessidade juvenil de impressionar namoradas, por que continuar a escrever poesia? “Para mantê-las”, responde Carlito.