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Roberto Bolaño: ‘Os detetives selvagens’
Primeira mão / 19/08/2006

Ainda não terminei de ler “Os detetives selvagens”, do chileno Roberto Bolaño (Companhia das Letras, tradução de Eduardo Brandão, 624 páginas, R$ 59,50), mas o humor selvagem do que li dá e sobra – sobra muito – para recomendá-lo aqui no Primeira mão. O estranho romanção desse autor estranho, que morreu há três anos na Catalunha, onde viveu a metade de seus cinqüenta anos trabalhando em empregos modestos, é uma (falsa?) história de detetive radicalmente (anti?) literária: os detetives são poetas, a mulher desaparecida que eles procuram também é, e todas as conversas giram em torno do assunto, um tanto absurdamente, como se nada mais no mundo tivesse importância. E tem? “Os detetives selvagens” foi um dos muitos livros que Bolaño escreveu de forma caudalosa depois de ser “descoberto” tardiamente, aos 40 anos, com “A literatura nazista na América do Sul”. Lançado em 1999, o romance que sai agora no Brasil ganhou o prêmio Rómulo Gallegos, o mais importante da língua espanhola. Mais do que isso, foi saudado por muita gente boa – como Enrique Vila-Matas em artigo publicado no “Mais!” há dois meses – como a obra que finalmente tirou a literatura latino-americana do beco sem saída em que…