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Margaret Atwood: ‘O conto da aia’
Primeira mão / 26/08/2006

“O conto da aia” (Rocco, tradução de Ana Deiró, 368 páginas, R$ 48), da canadense Margaret Atwood, é uma curiosa fantasia futurista na linha conhecida como “distopia”, ou utopia às avessas, a mesma de “1984”, de George Orwell, e “Admirável mundo novo”, de Aldous Huxley. O adjetivo “curiosa” se deve ao fato de que a obra soa, em muitos momentos, como uma resposta direta à paranóia americana pós-11 de setembro, embora tenha sido lançada em 1985. Num país que já foi conhecido como Estados Unidos da América, hoje chamado de Gilead, um golpe militar que teve como pretexto a ação de “fanáticos muçulmanos” aboliu os direitos civis em geral – e os das mulheres ainda mais. Não é a primeira vez que o livro sai no Brasil. Com o título de “A história da aia”, foi publicado pela editora Marco Zero em 1987. Mas é inegável que hoje soa mais atual do que na época. O romance é narrado pela aia (categoria social inferior, destinada exclusivamente à procriação) chamada Offred, que no trecho abaixo encontra uma colega chamada Ofglen. Infelizmente, ao optar por manter os nomes originais, em vez de adaptá-los como fez a tradução da Marco Zero, a edição…