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A vida como ela voltou a ser
Posts / 31/08/2006

“Envelheçam depressa, deixem de ser jovens o mais rápido possível.” O conselho de Nelson Rodrigues (1912-1980) aos jovens deixa evidente a implicância que ele devotava a qualquer pessoa que não carregasse um bom número de décadas nas costas. No entanto, pelo menos num ponto – entre outros, claro – a juventude é invejável: quanto menos vivido, mais chances tem o leitor de receber como revelação a nova edição de “A vida como ela é…” (Agir, 606 páginas, R$ 59,90). E encontrar essas histórias pela primeira vez é um privilégio, uma dádiva. Convém, então, refazer aquele conselho: não envelheçam, jovens. Não enquanto não lerem isso aqui. Crônicas? Bem, pode-se dizer que sim, pois saíam no jornal. Por alguma razão parece melhor chamar de contos essas variações curtas e às vezes brutais em torno do tema do adultério. Como contos, aliás, elas já eram rotuladas em sua primeira edição em livro, nos dois volumes lançados em 1961 pela editora J. Ozon, que a Agir reúne agora num volume só. Contos populares, velozes, furiosos, magistrais em sua economia de meios. Fazendo as vezes de pano de fundo, um milagre: como é possível que textos de jornal, escritos diariamente – sim, com uma única…