A verdade é que a chick lit é ruim para os Estados Unidos porque é ruim para escritores literários, ambiciosos, homens ou mulheres. E isso significa que é ruim para todos nós. Enquanto a América cada vez mais desvaloriza o rigor intelectual, a educação e a compaixão, fica mais e mais difícil encontrar um bom livro. E acredite em mim – a ex-editora de ficção –, não é porque eles não existam. É porque o mercado está saturado de más escritoras que alegam representar todas as mulheres, entulhando as prateleiras e assegurando-se de que sua única história marginal e sem graça seja reproduzida dez milhões de vezes, como uma bonita versão rosa do inferno. Tem provocado debates na – vá lá – “blogosfera literária” americana esse violento artigo (em inglês, acesso livre) contra o modismo da chick lit, ou literatura de mulherzinha, publicado na revista cultural “Dig”, de Boston. A autora, que se protege no anonimato, apresenta-se como “ex-editora de livros femininos”. Sua argumentação é simplista, dando às vezes a impressão de que toda a literatura era um poço de inteligência e sensibilidade até que Helen Fielding e companhia inventassem sua versão comercial e digestiva. Mesmo assim, chegamos a tal…