O último burburinho nos meios literários anglófonos é o conto-do-vigário em que caíram duas editoras de respeito – a Duckworth na Inglaterra e a Overlook nos Estados Unidos – ao comprar como uma legítima obra de não-ficção um livro chamado An incomplete history of the art of the funerary violin (Uma história incompleta da arte do violino funerário), do inglês Rohan Kriwaczek. O livro conta em detalhes, com fotos, partituras e fac-símiles de documentos, a história de um gênero musical menor, o do violino funerário, que teria sofrido perseguição da Igreja Católica no século XIX até ser virtualmente extinto, sobrevivendo apenas como culto secreto numa organização chamada Sociedade dos Violinistas Funerários. O livro vai ser publicado este mês, embora tenha sido denunciado por historiadores e músicos como uma completa invenção, segundo reportagem do “New York Times” (aqui, em inglês, mediante cadastro gratuito). “Verdadeiro ou falso, é o trabalho de alguma espécie de gênio louco. Se é uma fraude, é uma fraude brilhante, brilhante”, defende-se Peter Mayer, editor da Overlook. O autor não quis falar.