Um belíssimo presente dado pelo “Estadão” de ontem aos seus leitores tem textos disponíveis também a não-assinantes na internet: quatro páginas com uma seleção de artigos do “Suplemento Literário”, lançado em 6 de outubro de 1956 (a primeira versão desta nota dizia, repetindo informação equivocada do jornal, tratar-se de um fac-símile; na verdade, é uma coletânea que cobre vários números). Editado pelo crítico teatral Décio de Almeida Prado a partir de um projeto de Antonio Candido, o SL marcou época pela qualidade de seus colaboradores nos dez anos seguintes, enquanto teve Décio à frente da equipe. Sóbrio e elegante, o SL nunca assumiu um papel vanguardista e combativo como seu contemporâneo carioca mais vistoso, o “Suplemento Dominical” do “Jornal do Brasil”. A explicação de Antonio Candido para isso – em entrevista publicada na mesma edição do “Estado”, esta, porém, fechada no site para assinantes – é curiosa e dá uma medida de como a paisagem cultural brasileira mudou nesse meio século: São Paulo naquele tempo não tinha a densidade cultural do Rio, onde se concentrava o mais vivo da literatura e das artes. Não valeria a pena, portanto, pensar uma fórmula “de movimento”, como a que caracterizava, por exemplo, o…