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Sabino, um mestre sem imaginação
Posts / 11/10/2006

Hoje faz dois anos que morreu Fernando Sabino. Amanhã faz 83 anos que Fernando Sabino nasceu. Tudo isso e mais o carnaval feito pelo caderno “Prosa e verso” do “Globo” com o romance “O encontro marcado” – tratado, a meu ver com exagero, como se fosse um “Grande sertão” ou um “Dom Casmurro” – me motivaram a entrar no debate republicando um artigo que escrevi assim que soube da morte do escritor mineiro. Fica como contribuição à tarefa nada simples de pôr em perspectiva o legado de Sabino: O jornalista e escritor Humberto Werneck tem razão: é injusta a cobrança que perseguiu Fernando Sabino ao longo de sua carreira, porque “nenhum escritor tem a obrigação de escrever mais que um bom livro”. Werneck completa seu raciocínio com estilo e contundência: “Se todo romancista fizesse um romance da envergadura de ‘O encontro marcado’, o Brasil teria a maior literatura do mundo”. Posta a questão nesses termos, é difícil discordar. Lançado quando o escritor tinha só 32 anos, “O encontro marcado” é um romance que bastaria para justificar qualquer obra. Mesmo assim, fica faltando dizer alguma coisa. Por que Fernando Sabino, depois de um vôo tão ambicioso, guardou as asas no sótão…