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Lendo Pamuk em Teerã – ou coisa parecida
Posts / 14/10/2006

Metade da Turquia comemorou o Nobel de Orhan Pamuk, enquanto a outra metade ficou arrasada com a consagração internacional de um sujeito que é considerado traidor da pátria – leia mais sobre as reações, em inglês, aqui. Parece saído de um livro de Pamuk esse embate de consciências irreconciliáveis num país que, até por razões geográficas, para não mencionar as históricas, se estica sobre o abismo entre Ocidente e Oriente. O problema – para todo mundo, claro, mas primeiro e principalmente para quem tem um pé de cada lado – é que o abismo está se alargando nestes nossos “tempos catastróficos”, como anotou Margaret Atwood num emocionado artigo para o jornal inglês “The Guardian”. A escritora canadense afirma não conceber hoje, por essa razão, um Nobel de literatura mais importante do que Orhan Pamuk. Tudo isso me fez pensar na recente polêmica provocada por um acadêmico iraniano radicado nos EUA, Hamid Dabashi, professor de literatura da Universidade de Colúmbia, ao atacar com violência a escritora Azar Nafisi, autora do best-seller “Lendo Lolita em Teerã” (editora Girafa, 2004). O livro trata, a seu modo, do mesmo choque cultural que alimenta a obra de Pamuk. Escreveu Dabashi: “Lendo Lolita em Teerã” é…