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Roubos, empréstimos e homenagens
Posts / 02/12/2006

Quando Brahms compôs sua primeira sinfonia, foi acusado de usar um grande tema da Nona de Beethoven. Sua resposta foi que qualquer idiota podia ver isso. A frase do romancista inglês Julian Barnes não se aplica ao caso de Ian McEwan, que passou longe de usar um “grande tema” de outro autor em “Reparação” (veja nota abaixo). Barnes escreveu isso em defesa de outro compatriota, Graham Swift, acusado em 1997 de plagiar ninguém menos que William Faulkner. Quem quiser se aprofundar um pouco mais no assunto pode se interessar por este artigo de Jan Dalley no “Financial Times” (acesso livre, em inglês), que recupera a tirada de Barnes/Brahms. O caso de Yann Martel e sua mão grande no bolso do brasileiro Moacyr Scliar também é lembrado lá, mas sem que o escritor gaúcho mereça uma citação nominal. Feio. Até por não ter o nomão de Beethoven ou Faulkner, o que Scliar sofreu foi mais grave.