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Crichton, a literatura como vingança
Posts / 14/12/2006

Acertos de contas do gênero não são novos, e confesso até já ter brincado com a idéia de me vingar de uma ou outra pessoa nefasta da vida real por meio da ficção – embora, felizmente, não tenha levado adiante planos tão mesquinhos. Mas o que o best-seller Michael Crichton, de “O Parque dos Dinossauros”, fez em seu último livro, Next, bate todos os recordes. O caso é contado no “New York Times” de hoje (aqui, mediante cadastro gratuito) e pode ser resumido assim: este ano, um repórter de política formado em Yale e baseado em Washington, chamado Michael Crowley, escreveu um artigo criticando Crichton com violência por suas posições políticas conservadoras; em Next, um personagem secundário chamado Mick Crowley, colunista político formado em Yale, baseado em Washington e – detalhe infame – portador de um pau pequeno, é preso por estuprar um menino de dois anos, “ainda de fralda”. O mesmo nome, a mesma universidade, a mesma cidade, a mesma profissão, não se sabe se a mesma anatomia. E o mais imperdoável dos crimes. Tudo indica que Crichton pirou.