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Começos inesquecíveis: Graham Greene
Posts / 21/02/2007

Uma história não tem princípio nem fim: arbitrariamente, escolhe-se o momento vivido de onde se deve olhar para trás ou para a frente. Eu digo “escolhe-se” com o orgulho incorreto de um escritor profissional que tem sido elogiado – quando observado com seriedade – pela sua habilidade técnica, mas será que, de fato, escolho aquela noite escura e úmida de janeiro no Common, em 1946, a figura de Henry Miles atravessando, inclinada, o grande rio de chuva, ou são essas imagens que me escolhem? É conveniente e correto, segundo as regras do meu ofício, começar exatamente aqui, mas se eu tivesse acreditado então em um Deus, poderia também ter acreditado numa voz, sugerindo ao meu ouvido, “Fale com ele: ele ainda não viu você”. Eis o começo do fim, ou melhor, de “Fim de caso” (Record, 2000, 3ª. edição, tradução de Léa Viveiros de Castro), romance lançado em 1951 pelo escritor inglês Graham Greene (1904-1991).