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Bolaño neles
Posts / 19/03/2007

Quando “Os detetives selvagens” foi publicado, Ignacio Echevarría, o mais destacado crítico literário da Espanha, o elogiou como “o tipo de romance que Borges poderia ter escrito”. Acertou pela metade. Borges, cujo trabalho de ficção mais longo tem quinze páginas, teria provavelmente admirado o modo como o romance de Bolaño emerge de uma árvore cheias de galhos em forma de histórias. Mas o que acharia ele da delirante viagem de carro, do sexo frenético, das esculachadas exibições de ego masculino? Bolaño enche sua tela com conturbadas emoções lawrencianas, mas as situa dentro de uma fria moldura cerebral. É um estilo digno de seu nome: modernismo visceral. Seis meses depois de publicado no Brasil, o romance “Os detetives selvagens”, obra-prima do chileno Roberto Bolaño (1953-2003) – nota da época e trecho aqui – ganha um longo e consagrador ensaio-reportagem-resenha de Daniel Zalewski na “New Yorker” desta semana, a propósito de seu tardio lançamento nos Estados Unidos.