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Fio solto
NoMínimo / 18/09/2007

Atendendo a pedidos: literatura, por favor. (Claro, o título é uma tradução mais ou menos livre de open thread. É que, na terra do Ancelmo Góis, open thread de Hello Kitty é… Bom, agora fui mesmo.)

Bienal e… até breve
Posts / 17/09/2007

Como os leitores habituais terão reparado, o Todoprosa vem ameaçando há duas semanas virar um devezenquandário. Pois é: a idéia não é e nunca foi essa, mas a correria da vida pós-NoMínimo tem exigido adaptações. Para recuperar o fôlego, estou tirando duas semanas de férias. Deixo aqui, para quem se interessar, a agenda de minhas participações na Bienal do Rio: Sexta-feira, dia 21, às 18h, serei o mediador da mesa em que o tradutor Eric Nepomuceno e o cineasta Ruy Guerra lembrarão histórias de Gabriel García Márquez, como parte da homenagem ao escritor colombiano organizada pela editora Record, no auditório Machado de Assis, no Riocentro. Sábado, 22, às 16h, Maria Lúcia Dahl, João Paulo Cuenca e eu vamos encarar o tema “Existe uma literatura carioca?”, proposto pelos organizadores, no Fórum de Debates, também no Riocentro. E na segunda-feira, 24, às 20h, um evento paralelo: encerrando a Quinzena da Literatura Latino-Americana, dividirei com o escritor peruano Santiago Roncagliolo (de quem a Alfaguara acabou de lançar o romance “Abril vermelho”) uma mesa intitulada “Novos escritores, novas mídias”, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon.

Decoro
A palavra é... / 14/09/2007

É mais fácil reconhecer um indecoroso de calças na mão do que fixar em letra fria o que é “decoro parlamentar” e aquilo que o ofende. A Constituição (artigo 5, inciso II) deixa a tarefa para o Legislativo, por meio de regimentos internos. Com sua dupla experiência de parlamentar e jurista, o gaúcho Paulo Brossard disse certa vez que “é mais fácil descrever situações que a configuram, do que definir o que seja falta de decoro parlamentar, de modo a servir a todas as situações”. Uma dessas situações foi vivida pelo deputado Barreto Pinto, do PTB, o primeiro a ser cassado no Brasil, em 1949. Até hoje há versões contraditórias sobre a foto em que ele aparecia de casaca, gravata-borboleta e cuecão, publicada na revista “O Cruzeiro”. Barreto Pinto teria sido uma vítima ingênua do repórter David Nasser e do fotógrafo Jean Manzon? Um cúmplice na fabricação do escândalo? A falta de decoro ninguém contesta. Em estado de dicionário, decoro é compostura, recato, decência, honra, pundonor. Do traje ridículo ao favorecimento indevido, da palhaçada à ladroagem, o sentido da palavra se amplia mas permanece intuitivo. Por que, então, é tão difícil fixá-lo conceitualmente? Porque legislar sobre temas morais nunca foi…

Começos inesquecíveis: Gabriel García Márquez

Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Muitos anos depois, quando lhe perguntassem por que o começo de “Cem anos de solidão”, de Gabriel García Márquez (Record, tradução de Eliane Zagury), um dos mais inesquecíveis de quantos possam ser assim chamados, demorou tanto a figurar naquela inesquecível seção, o autor do blog haveria de responder com um sorriso: “Não é óbvio?”.

Tamanho é ou não é?
NoMínimo / 05/09/2007

A vocação de todo microconto decente é crescer sem ser visto. Os personagens do microconto caminham de perfil. A tentação da piada é o cupim do microconto. Quanto mais breve pareça, mais lentamente se há de lê-lo. Não sou um fã da narrativa ultracurta, que nos últimos anos anda gozando de certa popularidade – parece que mais entre escritores do que entre leitores, mas popularidade de alguma forma. Gosto da concisão da prosa que se comprime até ser quase poesia, mas meu prazer de leitor é maior quando ela vem combinada a efeitos que só a duração proporciona. Mesmo assim, gostei de ler a reportagem de capa da última edição do “Babelia” sobre “a febre” do microconto. Tem delícias como os aforismos acima, do escritor argentino Andrés Neuman. Que não são, em si, microcontos, mas refletem sobre o formato com impressionante economia de meios.

Zebra
NoMínimo / 03/09/2007

Na primeira partida, uma espécie de clássico gaúcho apitado por Renata Miloni, “Por que sou gorda, mamãe?”, de Cíntia Moscovich, eliminou o favorito “Mãos de cavalo”, de Daniel Galera. Começou quente a Copa de Literatura Brasileira.