Meus alunos relativistas se sentem valorizados por uma teoria niveladora que põe sua banda de rock favorita em pé de igualdade com Bach e Mozart; mas repare como uma hierarquia qualitativa lhes volta correndo quando, em nome da coerência, você sugere que sua banda de rock favorita também não pode ser melhor que os Backstreet Boys (…). As velhas dicotomias entre o que é elitista e o que é popular, entre alta e baixa cultura, podem estar mesmo corrompidas por privilégios injustificáveis, mas sem uma nova linguagem de mérito para as artes os pós-modernistas são forçados a viver numa paisagem achatada onde Barry Manilow e Beethoven são iguais. A certa altura de sua reflexão sobre a tendência editorial manifesta em títulos de sucesso como “Os Simpsons e a filosofia”, esse artigo publicado pelo professor de filosofia Stephen T. Asma na revista americana The Chronicle of Higher Education (dica do Arts & Letters Daily) acende uma lâmpada no trevoso beco sem saída em que boa parte da crítica de arte – com a literária em posição de destaque – se meteu nas últimas décadas, ao jogar pela janela o bebê (a análise qualitativa, a avaliação de mérito) junto com a água…