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Radiohead e o Booker
NoMínimo / 22/10/2007

Compreensivelmente, o Radiohead fez muito mais barulho – com e sem trocadilho – ao liberar seu novo álbum na internet para quem quiser baixá-lo, ao preço que quiser pagar. Mas o Man Booker Prize também está dando sua contribuição para tornar 2007 um ano-marco na história da indústria cultural. O grande prêmio da ficção britânica, vencido na semana passada pela irlandesa Anne Enright, anunciou estar em negociação (em inglês, acesso livre) com as editoras envolvidas para publicar online, sem custo para o leitor, todos os livros finalistas deste ano. Sim, é provável que as duas iniciativas sejam menos comparáveis do que sugere uma primeira impressão. Músicas baixadas online podem ser ouvidas com o mesmíssimo conforto daquelas compradas na loja, enquanto ler um romance inteiro na forma digital, dado o atual estágio pré-histórico dos e-books, ainda é uma perspectiva desoladora. Mas não deixa de ser animador ver a literatura, essa senhora antiquada, se meter a competir – pelo menos no marketing “radical” – com o pop-rock.