Apesar dos gráficos que lhe dão um ar intimidador, o futurismo é uma ciência tão inexata em matéria econômica quanto no futebol. Sim, o dólar pode estar se aproximando do fim de seu ciclo como âncora cambial da economia mundial, mas também pode estar atravessando uma turbulência passageira. Quem sabe? O mergulho na origem da palavra revela pelo menos uma verdade: também do ponto de vista lingüístico, nada é eterno, tudo tem começo e – naturalmente – fim. Sinônimo universal de dinheiro para várias gerações, moeda mitológica que, sobretudo desde o fim da Segunda Guerra Mundial, está na base das relações de amor e ódio travadas entre o império americano e o restante do mundo, o dólar dos EUA inspirou o batismo da moeda de uma penca de países, da Austrália ao Zimbábue. Diante de tal exuberância, é fácil esquecer que há mais de dois séculos ele nasceu humilde, da costela de outra unidade monetária. O ancestral mais antigo de dollar é o alemão taler, moeda cunhada com prata das minas da cidade denominada Vale de São Joaquim, na região da Boêmia, a partir do início do século 16. Hoje a cidade fica na República Tcheca e se chama Jáchymov,…