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Milton Hatoum: ‘Órfãos do Eldorado’
Primeira mão / 14/03/2008

Um novo livro do amazonense Milton Hatoum é sempre uma notícia a ser festejada. Foram poucos desde que ele estreou em 1990 com “Relato de um certo Oriente”: até este “Órfãos do Eldorado” (Companhia das Letras, 112 páginas, R$ 29) eram apenas três romances, todos de alguma forma substanciais, carnudos no vocabulário e na simbologia, com algo de amazônico e transbordante em sua fé na arte de narrar – “como os romances de antigamente”, ouvi certa vez de um leitor, e era elogio. Aliada ao talento de Hatoum, a falta de pressa se traduziu num padrão de qualidade elevado que o transformou em bicho-papão de prêmios literários. Com justiça. No novo livro, lançado apenas três anos depois de “Cinzas do Norte”, os temas habituais de Hatoum – o território conflagrado das relações familiares, a paisagem amazônica como pano de fundo e metáfora de um profundo desencanto, o acerto de contas com um passado perigoso que a memória busca mas teme empreender – são retomados em chave diferente. Novela curta, escrita por encomenda para uma série internacional sobre temas mitológicos, “Órfãos do Eldorado” se deixa ler velozmente e com prazer. Só no fim é que me vi às voltas com uma…