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Travesti
A palavra é... / 30/04/2008

A repercussão do caso de polícia que envolveu o craque Ronaldo e o travesti André/Andréa no Rio de Janeiro promete dar cores mais brasileiras a uma palavra francesa que, mesmo sendo um item de nossa pauta de importações lingüísticas, é vista em todo o mundo como coisa nossa, muito nossa. Mais ou menos como ocorre com o futebol. Travesti nasceu em francês no século 16 como adjetivo, particípio de travestir, verbo que a princípio tinha a grafia transvestir, mais próxima do original latino trans + vestire. A substituição de trans por tra foi uma influência do italiano travestire. De saída, travesti carregava o sentido amplo e ainda não especializado de “disfarçado, vestido com roupas de outra condição, idade ou sexo”. Essa largueza semântica também é possível hoje em português, mas apenas quando se trata do verbo: pode-se falar em “bandido travestido de deputado”, por exemplo. Travesti é outra história. No início do século 20, quando, já no papel de substantivo, travesti e seus termos irmãos se espalharam por diversas línguas, todos já levavam o sentido estrito de homossexual que se veste com roupas do sexo oposto e, especialmente, o de homem que tenta se parecer com mulher, inclusive recorrendo a…