Qualquer um que acompanhe com um mínimo de atenção a literatura brasileira sabe que o escritor mato-grossense Manfredo Faustini se especializou em escrever sobre o Tinhoso nas mais variadas formas: mulheres, crianças, capitalistas, políticos, animais, espíritos, todas as suas engenhosas histórias giram em torno de personagens que se revelam diabólicos em algum momento. O sucesso de público e crítica veio depressa. Um dia um amigo lhe perguntou como era possível que, com todos os demônios, ele nunca tivesse escrito nada sobre o tema do escritor que vende a alma ao Rabudo em troca de glória. Faustini desconversou, contrariado. O amigo estranhou: achava a idéia soberba, tinha antecipado uma reação bem diferente. E Faustini deve ter ficado irritado mesmo, porque depois disso a amizade deles esfriou e não demorou a morrer.