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Dunga
A palavra é... / 21/06/2008

Dunga é o maioral, o ás, o bambambã, o batuta, o melhor de todos, o rei da cocada preta, o chefão. E para evitar que se interprete a frase anterior como uma defesa do contestado técnico da seleção brasileira, convém esclarecer que antes de ser o nome profissional do gaúcho Carlos Caetano Verri, capitão da equipe tetracampeã mundial em 1994, e mesmo antes do anão da Branca de Neve, dunga já era um regionalismo brasileiro, substantivo comum e adjetivo, com os sentidos listados acima. Ironia? Pode-se ler assim, claro. O próprio uso popular do termo dunga se presta a isso. Sua primeira acepção, de “sujeito sem igual em sua especialidade, exímio”, ganhou no Nordeste, segundo o dicionário Houaiss, um emprego irônico como “homem de influência local, chefe, mandão”. Convenhamos que, desde os tempos em que desfilava nos gramados suas qualidades de volante raçudo e dotado de forte espírito de liderança, Dunga, jogador de técnica limitada, estava mais para a segunda acepção do que para a primeira. Como a sonoridade não nega, dunga veio da África, afirma Nei Lopes, estudioso da cultura afro-brasileira e autor do Novo dicionário banto do Brasil. Lopes foi buscar sua origem no quicongo (língua da família…