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Aula de inglês
NoMínimo / 05/07/2008

Vou resumir aqui, mais em espírito que literalmente, o que foi a aula dada pelo dramaturgo inglês Tom Stoppard na mesa mais nobre da Flip, a das 19h de sábado. Aula? Sim, foi nisso que consistiu a primeira metade do programa, quando, depois de apresentado por Luis Fernando Verissimo, Stoppard pediu licença para ficar em pé no palco e passou a se dirigir diretamente ao auditório lotado, expondo uma espécie de cartilha de princípios artísticos. O segundo ato da peça, se assim podemos chamá-lo, em que o autor de The Coast of Utopia respondeu perguntas do mediador e da platéia, foi irregular, como costumam ser essas coisas. Mas a aula foi ótima. Stoppard dividiu o que entendemos por texto “bem escrito” em duas categorias: o que revela um poder magistral de manipulação da língua, no modo como as palavras se organizam, por assim dizer, arquitetonicamente, para expressar do modo mais eloqüente possível uma idéia forte; e aquele que, embora repleto de lugares-comuns e fórmulas convencionais, usa-os com tamanha precisão e em contextos tão perfeitos que tira deles o máximo de expressão artística. A primeira categoria é, naturalmente, aquela que costuma ser compreendida pela maior parte das pessoas como a mais…

O cabelo de Stoppard, segundo Gaiman
NoMínimo / 05/07/2008

A coisa mais notável sobre Tom Stoppard (deixando de lado toda essa história dele ser um gênio e tal) é que ele é vinte anos mais velho, e tem o mesmo cabelo que eu! Neil Gaiman, estrela da mesa de 11h45, sobre Tom Stoppard, estrela da mesa de logo mais, em seu blog pessoal (dica de Marcelo Tas). Ter se dado bem nos bastidores da Flip com Stoppard, um sujeito que ele quer ser “quando crescer”, é apenas um dos assuntos relacionados com o Brasil que Gaiman aborda. Parece estar adorando tudo.

O diálogo de Gaiman e Price
NoMínimo / 05/07/2008

Foi perfeita a mesa que reuniu Neil Gaiman e Richard Price. Além da qualidade da obra dos dois e da lucidez com que falam dela, acho que algumas questões de formato, digamos assim, ficaram bem claras. Em primeiro lugar, mesas com três convidados não funcionam. Dois é o número ideal para que cada um tenha tempo de dar o seu recado. Um, se o cara for uma grande estrela, tudo bem. Três é demais. Segundo: o mediador é mais importante do que parece. Marcelo Tas desempenhou seu papel com rara competência. Conhecia a obra dos entrevistados, mas, nem tímido nem exibido, entendeu que não estava ali para defender uma tese de doutorado, mas para apresentar um pequeno show ao vivo. O timing de televisão ajudou. Terceiro: a química entre os convidados costuma ter muito de imponderável, mas não precisa ser encontrada em grandes questões políticas ou existenciais. A discussão sobre a técnica do diálogo, por exemplo, bastou para que Price e Gaiman, tão diferentes, encontrassem solo comum suficiente para garantir à mesa uma certa coerência. “O diálogo real é um pesadelo num livro, como um mau filme de Andy Warhol. Bom diálogo é diálogo falso”, disse Price, jogando uma pá…