“Tentei ser oswaldianamente pornográfico… folclorizam-me”, diz Xico Sá em seu blog, considerando incompreendida sua participação numa mesa flipesca que, também por causa da licenciosidade do cronista, o Todoprosa achou inesquecível. Só não entendi uma coisa: pornografia oswaldiana é folclore puro, Xico. Folclorizar o quê? Mas para quem não agüenta mais ouvir falar em Flip – eu, por exemplo –, boa mesmo é essa história do blogueiro americano que comprou de uma respeitável senhora um lote de livros usados que o marido lhe deixara de herança e, chegando em casa, descobriu que vários volumes tinham sido escavados por dentro, transformando-se em perfeitos estojos. Até aí, tudo bem. Já vi esse truque no cinema, livros que contêm pequenas garrafas de bebida e até pistolas. Mas os estojos que o blogueiro comprou da boa viúva acomodavam outra coisa: um grande número de polaróides de pornografia caseira, estrelando o falecido, na época bem vivo, com todo tipo de mulher – menos a própria, supõe-se. Esta, presumivelmente avessa à leitura, nunca descobriu o segredo cabeludo, todos aqueles lombos por trás das lombadas. Nada como conhecer a cara-metade.