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Crise
A palavra é... / 20/09/2008

“Que crise?”, perguntou o presidente Lula. Bom, que tal essa crise-mamute que ameaça engolfar o mundo, levantando até especulações de que a de 1929, em comparação, pode acabar parecendo um piquenique? Provando que a interdependência global, embora tenha se acelerado nas últimas décadas, não é uma invenção contemporânea, a palavra saiu do grego krísis para o latim crisis e daí para o mundo. Chegou ao francês no século 15, ao inglês e ao alemão no 16, ao italiano no 17 e ao português no 18. Sem mencionar o sueco, o holandês, o turco etc. Globalização é isso. A diferença é que, hoje, a vertigem eletrônica tornaria o contágio lingüístico mais rápido, como tem tornado o financeiro. A palavra nasceu no vocabulário da medicina. Referia-se ao momento na evolução de uma doença em que se definia para o médico o caminho que o paciente tomaria numa encruzilhada: de um lado a cura, do outro a morte. O grego krísis quer dizer decisão, definição e, por extensão, momento decisivo. O que explica também o sentido da palavra crítico (de arte, por exemplo), um profissional encarregado de decidir, de julgar o mérito de algo (no caso, uma obra). Foi apenas no século 19,…