O prêmio Jabuti de melhor romance foi anunciado agora há pouco para “O filho eterno”, de Cristovão Tezza, que sempre foi tratado aqui como o grande livro brasileiro do ano passado. A notícia merece comemoração: não é sempre que prêmios acertam assim. É meio chato lembrar isso, mas há menos de três semanas fiz um exercício besta aqui no blog, constatando que apenas três romances lançados no Brasil em 2007 eram finalistas tanto do idoso Jabuti quanto do jovem Portugal Telecom: além do de Tezza, favoritíssimo, eram eles “O sol se põe em São Paulo”, de Bernardo Carvalho, e “Antonio”, de Beatriz Bracher. Uma magra faixa de interseção em meio a tiros para todos os lados. E não é que o galardão quelônio escalou os três títulos no pódio, nessa ordem e tudo? O que isso prova? Talvez nada. Mas torço para que reflita uma revalorização da convergência crítica, da busca de um solo comum de referências em que o debate literário possa voltar a rolar direito. Nada a ver com consensos autoritários, mas, depois de tantos anos de w.o. acadêmico e pulverização blogueira, um idioma comum tem nos feito falta.