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América
A palavra é... / 08/11/2008

“Bem-vinda de volta, América.” A mensagem de um leitor do “New York Times” ganhou destaque no site do jornal no dia seguinte à vitória histórica de Barack Obama. É evidente que, mais do que o nome que os americanos dão a seu país, a palavrinha mágica América representa nessa frase um mito, um ideal de liberdade e oportunidade para todos – a corporificação daquele “sonho americano” que, de tão universalmente difundido, parece tão velho quanto o próprio país, embora o primeiro registro da expressão American dream leve a data de 1931. Mais do que seqüestrar o nome de um continente, portanto, os EUA – a última das grandes potências, o país mais poderoso do planeta – tomaram posse do próprio conceito de Novo Mundo. Que o sucesso desse seqüestro conta uma longa história de imperialismo cultural não se discute. A questão é: do ponto de vista de uma língua soberana como a nossa, qual é a melhor maneira de tratar o esperto branding feito pelos antepassados dos eleitores de Obama? No caso do nome do país, nossa tradição nunca teve dúvida: aquilo que os nativos dos EUA chamam de América (palavra derivada no início do século 16 do nome do…