Mas, para além de suas preocupações teológicas, Wood nunca demonstra muito interesse naquilo que os romances querem dizer. Sua crítica oscila entre o plano mais aberto e o mais fechado, o desenvolvimento da técnica ficcional ao longo da história do romance e as particularidades miúdas do estilo autoral. Seu brilhantismo ao descrever ambos os quadros é inigualável, mas ele ignora praticamente tudo o que existe no meio do caminho. Ignora o amplo meio-campo da forma romanesca – estruturas narrativas, padrões de personagem e imagem, símbolos que conectam diferentes momentos e níveis de leitura num texto – e ignora os sentidos que os romancistas propõem por meio desses recursos. (Isso explica seus erros factuais e deslizes interpretativos; ele simplesmente não presta a devida atenção ao que está num determinado plano.) Wood pode discorrer sobre um narrador de Flaubert ou o estilo de Bellow, mas não se mostra muito curioso a respeito do que esses escritores têm a dizer sobre o mundo: sobre tédio, dor, morte ou qualquer outra coisa no vasto e estrelado universo da experiência humana. Agora que está na moda – e com algum fundamento, não se pode negar – considerar James Wood, da “New Yorker”, uma espécie de…