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Os livros vivos de Bournemouth
NoMínimo / 03/12/2008

A notícia do “Guardian” podia tanto estar na seção de literatura – como está – quanto na editoria que mais cresce em nossos tempos internéticos, a de esquisitices. Uma biblioteca pública de Bournemouth, cidade turística no sul da Inglaterra, está em campanha (em inglês, acesso gratuito) para que seus freqüentadores peguem emprestados “livros vivos”, isto é, pessoas com quem podem conversar. Entre as atrações atuais estão uma jovem muçulmana, uma mulher cega e uma pregadora batista, todas voluntárias. Com objetivos restritos à troca de idéias (ler na banheira ou fazer anotações nas margens, nem pensar), elas podem ficar à disposição do “leitor” por até uma hora. Trata-se da apoteose daquela velha crença popular: “Minha vida daria um livro”. Na quase totalidade das vezes, não daria nem um conto, quando muito um haicai. Por outro lado, chamar os conversadores de Bournemouth de “livros vivos” é obviamente usar uma metáfora – ainda que a metáfora seja bastante esticada pelo fato de tudo se passar numa biblioteca. Bater papo não é o mesmo que ler, mas bater papo, especialmente com pessoas imersas em culturas e experiências diferentes das nossas, é muito bom, pois não? Nada errado com a idéia. Descubro também que a…