Os leitores deste blog sabem que sou um fã de primeira hora de “O filho eterno”, de Cristovão Tezza. Nessa condição, é claro que me alegra o balaio de prêmios que ele angariou num desempenho que, em minha memória, não tem paralelo – o único que ameaçou chegar perto foi Milton Hatoum. Verdade que os prêmios, mesmo tendo acertado este ano, não são uma medida lá muito rigorosa de qualidade: erram à beça, freqüentemente traem motivações mais políticas que estéticas, isso todo mundo sabe. Mas não é menos verdade que dão aos livros uma exposição que eles não costumam ter. Aí vem a má notícia, que tem me deixado pensativo: nem com esse massacre, digamos, esportivo – e o resultado da Copa de Literatura, o menos importante mas talvez o mais divertido dos prêmios, ainda nem saiu –, nem assim “O filho eterno” aparece nas principais listas de mais vendidos da imprensa brasileira. Nem ganhando tudo que um livro pode ganhar. E o que me parece ainda mais espantoso – nem mesmo tendo, na relação do autor/protagonista com seu filho Down, um tema de fortíssimo apelo, do tipo que costuma arrastar às livrarias uma massa de leitores mais interessados em…