Da porta do La Crónica Santiago olha a avenida Tacna, sem amor: automóveis, edifícios desiguais e desbotados, esqueletos de anúncios luminosos flutuando na neblina, o meio-dia cinzento. Em que momento o Peru se fodera? Boa pergunta: em que momento? Antes ou depois do Brasil? Em busca de uma resposta, o leitor é convidado a atravessar as 790 páginas de “Conversa na Catedral” (Arx, 2004, tradução de Wladir Dupont), o terceiro romance de Mario Vargas Llosa, lançado em 1969.