A bomba norte-coreana que explodiu no noticiário da semana traz em seu nome ecos da Grécia antiga. É do grego bómbos – uma palavra de origem onomatopaica, isto é, de imitação de um som natural – que provêm, no fim das contas, todas as bombas e bombs e bombes que tornam minado o vocabulário da maioria das línguas do mundo. Bómbos queria dizer na origem “estrondo seco, trovão”, sentido que passaria ao latim bombus (usado ainda para designar zumbido, além de explosão). A acepção da palavra como máquina de bombear líquidos saiu da mesma fonte, por fazer também ela um barulho infernal. Detonada a primeira bomba, seguiu-se uma reação em cadeia. O inglês foi buscar bomb no francês bombe, que por sua vez viera do italiano bomba. O termo estreou oficialmente em nossa língua em 1572, num verso de “Os Lusíadas”, de Luís de Camões: “As bombas vêm de fogo, e juntamente/ As panelas sulfúreas tão danosas”. Acredita-se que tenhamos importado o vocábulo do espanhol. Naquele tempo as bombas eram estalinhos comparadas às que o século 20 inventaria. Mesmo assim, no início dos 1700, o pioneiro “Vocabulário Português e Latino” não escondia o assombro com o poder destrutivo da bomba:…