Segundo o site da BBC Brasil, a empresa americana Global Language Monitor (GLM), que mede a ocorrência de vocábulos na rede mundial de computadores, anunciou que a língua inglesa acaba de ganhar sua milionésima palavra: Web 2.0. A “descoberta” foi criticada por dicionaristas, mas nem chega a se qualificar como polêmica: sua falta de rigor fica evidente no fato de que Web 2.0 não é sequer uma palavra, mas uma locução composta de uma palavra e dois algarismos. Isso lança descrédito sobre outra informação da GLM, a de que o inglês ganha um novo vocábulo a cada 98 minutos. É inegável, porém, que a língua de James Joyce – para citar um escritor que gostava de inventar palavras – leva vantagem quantitativa quando se trata de vocabulário. Enquanto o inglês aspira a um número de sete dígitos, o maior dicionário da língua portuguesa, o Houaiss, tem cerca de 228.500 verbetes. Uma prova de subdesenvolvimento do português? Vamos com calma. Latim contemporâneo, o inglês é o idioma em que a maioria das inovações técnicas e científicas dos últimos cem anos foi batizada primeiro. Se o critério numérico impressiona os desavisados, está longe de medir saúde linguística. Grande parte dessa “riqueza” é…