Clique para visitar a página do escritor.
O Lobo não é bobo
NoMínimo / 05/07/2009

Depois do discurso com certo ranço de ensaiado de Gay Talese, o português António Lobo Antunes pôs a Flip 2009 no bolso ontem à noite. Com o humor dos grandes mal-humorados e aquela marra que é só dele mesmo, lançou ao auditório abarrotado da Tenda dos Autores uma quantidade acachapante de boas tiradas, anedotas e epigramas. Foi impossível colher tudo, mas aí vão alguns: “Um bom livro se faz sozinho. Só o que você tem que fazer é tornar sua mão feliz. Se a mão está feliz, o livro sai fácil.” “Quem quer ser escritor deve ver dez minutos de Garrincha a jogar bola. Didi é a cabeça e Garrincha é a mão. Para escrever, você precisa ter Didi na cabeça e Garrincha na mão.” “Escrever é sobretudo corrigir e reescrever. Você tem que ter uma atitude muito humilde em relação ao material. A prosa tem problemas oficinais e técnicos muito grandes. É óbvio que isto é um ofício, como o de pedreiro ou cirurgião.” “Há livros que gosto de ler mas não gostaria de ter escrito: Gabriel García Márquez, Graham Greene, Simenon…” “Só tenho um lema ao escrever: impor a mim mesmo desafios impossíveis. A divisa de um escritor…