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O operador de retroescavadeira
NoMínimo / 05/08/2009

Não sei se os leitores habituais do blog terão percebido, mas o acaso produziu um efeito interessante por aqui no fim da semana passada. O post de sexta-feira, a propósito de um episódio de Twilight Zone, falava de uma certa atmosfera pesada de antiintelectualismo que sobrevive no Brasil. E os comentários deixados por vários leitores no post de sábado – que não pretendia ter nada a ver com o peixe, limitando-se a examinar certas curiosidades vadias sobre a origem do adjetivo “crasso” – trataram de ilustrar o anterior. A ira despertada em alguns leitores – em geral desavisados que caem aqui atraídos por uma chamada na capa do portal – pelas questões de língua e linguagem abordadas na seção “A palavra é…” é uma velha conhecida. “Inútil” costuma ser o qualificativo mais brando que esse tipo de texto lhes desperta. O que é compreensível, talvez: utilidade prática não é mesmo o forte da casa. Restaria esclarecer por que, a julgar pela virulência da reação, a croniqueta lingüística lhes parece mais “inútil” do que uma notícia sobre o pum que Miley Cyrus deu no táxi ou outras dessas informações que compõem 90% do show internético – mas deixa pra lá. A…