Está certo, você veio parar aqui por acidente. Estava atrás de Roberto Bolaños, um artista mexicano plural mais conhecido como Chaves, e ficou furioso ao saber que o tema era um tal de Roberto Bolaño, escritor chileno singular. Acontece – o armazém da internet tem prateleiras infinitas e nem sempre a sinalização ajuda. Conheço um sujeito que andava à procura de artigos sobre Francis Bacon, o filósofo, e vivia caindo em páginas sobre a Perdigão. A diferença é que ele nunca culpou a banha de porco por seus infortúnios. O assunto aqui é literatura, desculpe. Isso não quer dizer que o blogueiro e seus leitores não tenham outros prazeres na vida. Sei que parece difícil de acreditar, mas a grande maioria de nós trepa, vê séries de TV americanas, ouve música, vai ao cinema e até – sim, eu juro – tem paixão por algum time de futebol. Acontece que, como o fornecimento dessas mercadorias já é farto em outras bibocas da rede, há quem prefira investir neste nicho exótico. Não existem comunidades inteiras dedicadas à podolatria? À volta de D. Sebastião? À arte de cultivar maná-cubiu? Pois então. Esquisitices. Não fazemos por mal. Ninguém o julgará uma besta apenas…