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Os melhores livros de 1909
NoMínimo / 09/12/2009

Se não há como fugir do apelo jornalístico das listas de fim de ano, ainda mais inescapável é a necessidade de fundar juízos no distanciamento histórico – um século, por exemplo. Fiel a ditames tão contraditórios, segue uma lista dos cinco mais relevantes lançamentos literários de 1909, um ano desditoso para as letras auriverdes: o primeiro sem Machado de Assis e aquele em que Euclides da Cunha foi assassinado por Dilermando de Assis (nenhum parentesco). Note-se a ausência do prolífico Rui Barbosa, que andou ocupado demais com sua campanha à Presidência da República para publicar qualquer coisa: 1. “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, de Lima Barreto. Mal saiu de cena Machado de Assis, um mulato que não se via como tal, sobe ao palco um que se vê. Publicado em Portugal, este romance, que marca a estréia literária do autor carioca, pinta o retrato de uma sociedade brasileira corrupta e racista. A primeira frase, que algum compilador do futuro poderá incluir entre seus “começos inesquecíveis”, é de uma beleza sombria: “A tristeza, a compreensão e a desigualdade de nível mental do meu meio familiar agiram sobre mim de um modo curioso: deram-me anseios de inteligência”. 2. “Zeverissimações ineptas da crítica”,…