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Apontamentos levianos para um ensaio gravíssimo: a TDN
Sobrescritos / 25/01/2010

A chamada Técnica do Deputado Nordestino (denominação em que há inegavelmente uma dose de preconceito, visto que políticos de qualquer latitude dela lançam mão), ou apenas TDN, é a maior aliada do escritor que precisa preencher determinado espaço com suas letrinhas em prazo curto – o que a torna especialmente valiosa para cronistas. Trata-se, em resumo, de uma longa reiteração, de um incansável repisar da mesma idéia, com variações vocabulares, sintáticas e imagísticas engenhosamente dispostas de modo a disfarçar o fato desolador de que o texto não vai a lugar nenhum, limitando-se a bater na mesma tecla e sovar uma única proposição até que ela amoleça, se liqüefaça, desmanche diante do leitor e possa ser sorvida com canudinho – mais ou menos, repare, como se faz aqui, agora. Sabe-se que o movimento é importante para o sucesso de um texto, que deve sair de um ponto A e chegar a um ponto B – ou G, ou X, conforme a capacidade do autor – por meio de um desdobramento dialético em que, não raro, cada passo corresponde a um parágrafo. Infelizmente, sabe-se também que isso dá um trabalho danado. O número de sinapses necessário para ligar esses pontos pode ser…